José Adolfo Macias, o "Fito", líder de uma das maiores gangues do Equador, Los Choneros, foi incluído no programa de recompensas para captura dos criminosos mais procurados do país depois de fugir da prisão onde cumpria uma pena de 34 anos.
O programa "131 Juntos pela Segurança" da Polícia Nacional e das Forças Armadas do Equador não especifica o valor que o denunciante receberia por informações que levassem à recaptura de Fito. No último domingo (7), ele não foi encontrado em sua cela quando deveria ser transferido para uma prisão de segurança máxima.
O governo não detalhou como o foragido, um dos prisioneiros mais perigosos do país depois de ter sido condenado em 2011 a 34 anos de prisão por crimes como tráfico de drogas, assassinato e crime organizado, escapou.
No entanto, de acordo com o presidente do Equador, Daniel Noboa, "nos dois últimos governos", o detento "entrava e saía da prisão quando queria".
"No momento em que ele descobriu, por meio de informações vazadas, que iríamos mudar os chefes (de grupos criminosos) das prisões que não são de segurança máxima, e que vamos colocá-los em lugares isolados, ele foge", disse o chefe de Estado em uma entrevista a uma emissora de rádio nesta quarta-feira (10).
O Ministério Público do Equador apresentou acusações na segunda-feira (8) contra dois funcionários da prisão, supostamente envolvidos na fuga de Fito da Penitenciária Regional de Guayaquil, controlada pelo grupo criminoso Los Choneros.
A cela tinha uma televisão, um modem de internet e estava decorada com várias pinturas, como foi constatado em uma intervenção realizada no ano passado pela polícia e pelas Forças Armadas para apreender armas e explosivos que eram mantidos por gangues criminosas em prisões equatorianas.
A fuga do líder da gangue ocorreu em um momento em que o governo do presidente Daniel Noboa estava tentando iniciar uma política dura contra o crime organizado para isolar seus líderes até que duas novas prisões de segurança máxima fossem construídas.
Essa seria a segunda vez que Fito desrespeitaria o sistema penitenciário do Equador, já tendo o feito em 2013, quando escapou da prisão de La Roca, também localizada em Guayaquil, embora tenha sido recapturado dois meses depois.
Los Choneros surgiu na década de 1990 em Chone, uma cidade na província costeira de Manabí, e gradualmente ganhou poder nas rotas do tráfico de drogas, particularmente no trânsito de cocaína da Colômbia para ser transportada por mar para os cartéis do México, de acordo com a Polícia.
A organização atua no tráfico de drogas, extorsão, assassinatos por encomenda, tráfico de armas, entre outros crimes.