O Equador solicitou ao Reino Unido um salvo-conduto para que o fundador do site Wikileaks, Julian Assange, possa ser tratado em uma clínica de Londres se precisar de assistência médica, informou nesta quarta-feira (24) a emissora de rádio "The Voice of Russia".
"O Reino Unido aceitou analisar a solicitação equatoriana e, embora estejam tomando todo o tempo necessário, nos parece que é um sinal muito bom", afirmou Marco Vinicio Albuja, vice-ministro das Relações Exteriores equatoriano, citado pela emissora.
De visita na Rússia, Albuja acrescentou que as autoridades equatorianas não têm intenção de "fazer pressão alguma a esse respeito" e esperam que "Assange possa ser atendido caso seja necessário".
"Assange perdeu bastante peso e temos a preocupação que possa adoecer", comentou, o que foi confirmado pelo próprio fundador do Wikileaks.
Albuja insistiu que Assange, a quem Quito concedeu asilo em agosto, necessita do salvo-conduto para ser transferido a um hospital em caso de "emergência de saúde comprovada".
"Se ele ficar doente, estaríamos na disjuntiva de transferir o hospital ao edifício no qual está a missão diplomática ou levar o senhor Assange ao hospital. Isso seria muito grave e, claro, atentaria contra os direitos humanos dele", comentou.
Assange, que é cidadão australiano, está desde junho na embaixada do Equador em Londres para tentar evitar sua extradição à Suécia, onde é acusado de delitos sexuais que ele considera fabricados.
As autoridades britânicas ameaçaram detê-lo se abandonar o recinto da legação equatoriana, que se encontra sob permanente vigilância policial.
Assange assegura que, se for extraditado à Suécia, será entregue às autoridades americanas, sob cujo ponto de mira se encontra desde o vazamento de milhares de documentos diplomáticos que comprometeram governos de todo o mundo, em particular os Estados Unidos.
No final de setembro, o ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, assegurou a seu colega equatoriano, Ricardo Patiño, que Londres não reconhece o asilo a Assange.
"Perante uma emergência, que devemos fazer? Se tem uma apendicite aguda, é preciso organizar uma cirurgia na embaixada ou podemos levá-lo a um hospital?", rebateu então Patiño. EFE