O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou nesta segunda-feira (24) que a decisão do Equador de suspender o pagamento ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) "pode prejudicar" a credibilidade do principal mecanismo de financiamento do comércio exterior dos membros da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), o Convênio de Crédito Recíproco (CCR). O CCR prevê o compromisso de pagamento entre os bancos centrais dos países envolvidos na operação. Com essa garantia, as taxas de juros aplicadas são menores que as de mercado.

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O financiamento de US$ 597 milhões (valor atualizado) para a exportação da construtora Norberto Odebrecht de serviços de engenharia, de equipamentos e de materiais para a construção da usina hidrelétrica San Francisco, no Equador, foi obtido junto ao BNDES, mas cursou pelo CCR. Segundo Amorim, a suspensão de pagamentos no CCR "é algo tão inédito" que não se pode avaliar a extensão de seus prejuízos. Um deles seria a elevação das taxas de juros aplicadas nessas operações, uma vez que não há uma garantia de crédito tão ampla. "O não-pagamento do CCR pelo Equador vai criar uma dificuldade no comércio de todos os países da Aladi", afirmou.

Amorim reiterou a informação de que o Itamaraty está revendo cada um dos acordos de cooperação em vigor com o Equador. Em uma linha menos provocativa, afirmou que esse trabalho não está orientado, necessariamente, para a suspensão de alguns acordos.

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