Nos primeiros 14 dias da declaração do governo do Equador de um conflito armado interno contra o crime organizado do país, 3.052 pessoas foram presas pelas Forças de Segurança, das quais 158 estão sendo acusadas de envolvimento em crimes de terrorismo.
O número consta em um balanço do governo equatoriano divulgado nesta segunda-feira (22) sobre as operações policiais e militares realizadas no país sob esse novo cenário, no qual 22 grupos do crime organizado foram considerados como terroristas e agentes não estatais beligerantes.
As autoridades equatorianas também afirmam ter matado cinco membros dessas gangues agora classificadas como terroristas desde o último dia 9. Dois policiais foram mortos e outros 11 libertados de vários sequestros realizados por esses grupos.
Durante esse período, foram apreendidas 1.036 armas de fogo, 1.319 armas brancas, 135 alimentadores de armas, mais de 40.200 munições e quase 5.000 explosivos.
As autoridades policiais do país também apreenderam mais de 22 toneladas de drogas e mais de US$ 23,2 mil (R$ 114 mil) em dinheiro.
Nesse período de 14 dias também chamou a atenção a apreensão de um semissubmersível com mais de 3 toneladas de cocaína e tripulado por três colombianos que foram presos.
De acordo com o balanço do governo, nesses 14 dias houve 13 ataques a infraestruturas públicas e privadas e 12 a estabelecimentos policiais.
Em meio ao estado de exceção e ao conflito armado interno, com os militares encarregados da segurança, na última quarta-feira (17) foi assassinado o promotor César Suárez, que comandava as investigações sobre o ataque armado ao canal de televisão TC no dia 9 de janeiro em Guayaquil, que terminou com a prisão de 13 pessoas.
O conflito armado interno foi declarado pelo presidente do Equador, Daniel Noboa, em 9 de janeiro, diante de uma onda de ataques e ações violentas realizadas pelo crime organizado, incluindo o sequestro e o assassinato de policiais, alertas de explosões, veículos incendiados e tumultos simultâneos em prisões com funcionários feitos reféns, agora libertados.
Durante esses motins, cerca de 90 prisioneiros fugiram, incluindo Fabricio Colón Pico, considerado um dos líderes da gangue "Los Lobos" e acusado de planejar uma tentativa de assassinato contra a procuradora-geral, Diana Salazar.
Antes desses episódios, José Adolfo Macías Villamar, mais conhecido como ‘Fito’, líder de "Los Choneros", um dos grupos mais violentos do país, e agora catalogado pelo governo de Daniel Noboa como terrorista, havia fugido.
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