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Crise na segurança pública

Equador registra explosões, sequestro de policiais e fuga de presos em meio a estado de exceção

O presidente do Equador, Daniel Noboa, decretou nesta segunda-feira (8) estado de exceção no país, que durará inicialmente 60 dias (Foto: EFE/ José Jácome)

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Uma série de explosões, sequestros de policiais e fugas de presos foram registrados nas últimas horas em diferentes partes do Equador, onde vigora desde esta segunda-feira (8) o estado de exceção, com toque de recolher noturno. após os incidentes ocorridos em seis prisões do país.

As primeiras explosões foram registradas na cidade de Esmeraldas, quando um veículo foi incendiado, em um momento em que os internos dos presídios exigiam que não fossem realizadas transferências de presos ou que fossem feitos progressos nos controles dos centros penitenciários. No entanto, o secretário de Comunicação da Presidência, Roberto Izurieta, afirmou nesta terça (9) que não vão desistir de tais ações.

Entre os atos violentos relatados, houve o lançamento ontem à tarde de um artefato explosivo perto do Comando Subzonal de Esmeraldas, sem relatos de feridos ou danos materiais.

Em Quito, um veículo que continha dois cilindros de gás foi incendiado à noite na zona sul, enquanto se registrava uma explosão em uma das faixas de pedestres de uma rodovia que liga a um vale próximo.

Por sua vez, Iván Saquicela, presidente da Corte Nacional de Justiça, denunciou a detonação de um artefato explosivo à porta de sua casa, na capital do país.

A polícia divulgou nesta tarde a prisão de dois suspeitos de plantarem um artefato explosivo: os criminosos teriam deixado uma mala abandonada e a incendiaram nos fundos de uma unidade policial de Quito, afirmaram as autoridades equatorianas.

Também foram registradas detonações na cidade andina de Cuenca e acontecimentos violentos nas províncias de Loja e Chimborazo.

Em Chimborazo foi registrada a fuga de presos, entre os quais Fabricio Colón Pico, que foi detido na semana passada logo após a procuradora-geral do Estado, Diana Salazar, o mencionar no planejamento de uma suposta conspiração contra sua vida.

O Serviço Nacional de Atenção Integral a Adultos Privados de Liberdade e Adolescentes Infratores (SNAI) não se pronunciou sobre a fuga dos presos nem sobre o caso de Colón Pico.

No entanto, John Vinueza, prefeito de Riobamba, afirmou que Colón Pico é um dos 32 fugitivos da prisão daquela cidade. Os presos saíram pela guarita dois daquele centro prisional, informou o portal Primícias.

AGENTES SEQUESTRADOS

Durante os incidentes nas prisões, circularam vídeos de pessoas vestidas com uniformes de agentes penitenciários, lendo mensagens dos presos nas quais pediam ao chefe de Estado, Daniel Noboa, que parasse com suas ações de controle naqueles estabelecimentos.

O SNAI informou sobre a retenção de agentes penitenciários, mas não detalhou quantos e quais prisões ou as condições em que se encontram.

Nesta terça (9), voltaram a circular outros vídeos nos quais ameaçavam matar agentes penitenciários se Noboa persistisse em seu plano.

Em Quito, a polícia confirmou que um servidor policial foi sequestrado na UPC Llano 1 por três criminosos que "dirigiam um veículo colorido e sem placa", indicou em sua conta na rede social X.

Ainda, circula nas redes sociais um vídeo de uma pessoa com o uniforme da polícia, que se identifica como suboficial Alberto Gómez, do setor de Llanos, que pede a Noboa para parar suas ações enquanto são observadas armas apontadas para sua cabeça.

O SNAI, o Ministério do Interior e a polícia não confirmaram se aqueles que aparecem nas mídias são, de fato, agentes penitenciários ou policiais. Por outro lado, as autoridades indicaram que durante a noite de segunda-feira (8), na Unidade de Polícia Comunitária (UPC) Wilson Franco, localizada na cidade de Machala, três policiais que estavam em horário de expediente foram sequestrados.

REFORÇO NA SEGURANÇA

O prefeito de Quito, Pabel Muñoz, afirmou que o país e Quito “atravessam uma crise de segurança sem precedentes”, razão pela qual anunciou que a segurança será reforçada em áreas críticas e nos serviços públicos e solicitou ao governo “a militarização das instalações estratégicas da cidade para garantir seu funcionamento".

O Ministério da Educação decidiu que as atividades escolares serão realizadas de forma virtual em alguns estabelecimentos de ensino, incluindo os mais próximos das prisões. (Com Agência EFE)

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