Por causa do atraso na transmissão dos dados consolidados da votação presidencial de domingo, o governo do Equador anunciou o rompimento do contrato de US$ 5,2 milhões assinado com o consórcio brasileiro E-Vote, formado pelas empresas Probank e Via Telecom. O consórcio cuida das eleições brasileiras, tanto das urnas quanto da transmissão dos resultados.
O consórcio teve problemas no registro dos resultados apresentados pelas 36.613 seções eleitorais. Às 16h40m (13h40m em Brasília), o E-Vote havia apurado apenas 70,5% dos votos, incorrendo, assim, em uma violação do contrato que a obrigava a entregar os resultados finais no mesmo dia das eleições.
- Não se cumpriram prazos, não se cumpriu o contrato (...) Declarou-se o descumprimento do contrato com a empresa, e a plenária do tribunal fará uma avaliação na tarde desta segunda-feira - afirmou o presidente do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), Xavier Cazar.
A ausência de um resultado global atiçou as denúncias do nacionalista Rafael Correa, que se disse vítima de uma fraude para evitar que ele obtivesse a Presidência no primeiro turno, ainda que não tenha apresentado provas disso.
Segundo o governo equatoriano, o E-Vote também fracassou em relatar dados a respeito dos 100 deputados eleitos, fazendo com que os equatorianos desconhecessem a configuração de um dos organismos mais importantes de sua democracia e chave para determinar a viabilidade ou não dos planos dos candidatos à Presidência.
O governo não especificou claramente o mecanismo que o organismo aplicará para reunir a informação das juntas eleitorais restantes, nem uma data para anunciar oficialmente os resultados da corrida pela Presidência, apesar de o país ter dado como fato os finalistas da disputa.
De acordo com o último informe da empresa a cargo do sistema de contagem rápida, o magnata bananeiro Alvaro Noboa obteve 26,6% dos votos válidos, diante dos 22,5% de Correa.
Os dois concorrentes disputarão em uma votação no dia 26 de novembro, dado que nenhum deles obteve a maioria absoluta para conseguir a Presidência no primeiro turno.
O responsável pelo consórcio no Equador é Santiago Murray, que já foi observador da Organização dos Estados Americanos nas eleições presidenciais da Colômbia, em maio deste ano.