Candidato Christian Zurita teve de votar escoltado pela polícia| Foto: EFE/José Jacome
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O Equador vota neste domingo (20) para escolher o sucessor do presidente Guillermo Lasso. O clima é de muita tensão. O jornalista Christian Zurita, que substituiu o candidato assassinado Fernando Villavicencio, disse ter sido “ameaçado de morte” nas redes sociais e foi votar sob um forte esquema de segurança e vestindo um colete a prova de balas.

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Segundo a organização da campanha, o usuário “Cartel Jalisco N.G.” deixou um comentário na rede TikTok com a mensagem “Cristian treme”. “As ameaças contra minha vida e minha equipe não vão nos parar, mas nos obrigam a adotar protocolos de segurança maiores para evitar os duros acontecimentos que vivemos no dia 9 de agosto”, disse Zurita na rede social X (ex-Twitter).

Villavicencio foi assassinado por um pistoleiro colombiano no dia 9, quando saia de um comício na zona Norte de Quito. Ele tinha acusado o líder da quadrilha criminosa Los Choneros, aliada do cartel mexicano de Sinaloa, de ameaçá-lo de morte.

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O presidente do Equador, o conservador Guillermo Lasso, disse neste domingo que o país chega às eleições gerais antecipadas em um "momento complexo" e pediu respeito pelos resultados das eleições em que serão designados o seu sucessor, os deputados e dois plebiscitos serão respondidos.

Em entrevista coletiva após a votação na cidade portuária de Guayaquil, Lasso pediu que a decisão dos equatorianos nas urnas seja respeitada em um "ambiente de paz e tranquilidade", depois que a campanha eleitoral foi marcada pelo assassinato de Villavicencio.

Anteriormente, Lasso havia escrito em sua conta na rede social X (antigo Twitter) que “o Equador chega a este dia eleitoral em um contexto complexo e, ao mesmo tempo, esperançoso, porque a decisão de seu futuro será feita pelos cidadãos”.

“Este processo inédito é consequência de uma decisão democrática que tomei em 17 de maio, quando dissolvi a Assembleia Nacional para acabar com uma obstrução irracional de alguns setores políticos”, acrescentou.

E completou: “Assim como o poder de governar me foi dado pelo povo, decidi devolver o poder a eles, para que com seu voto possa viabilizar as novas mudanças que o Equador necessita atualmente”.

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O voto é uma ferramenta fundamental para “deter o avanço de projetos autoritários que colocam em risco a estabilidade do país e para fortalecer o desenvolvimento e a prosperidade das famílias equatorianas”, escreveu.

“Hoje, 13 milhões e meio de cidadãos têm esta imensa responsabilidade. Peço-lhes que votem com a maior reflexão e civilidade, visando o melhor para as suas famílias e para toda a nação”, concluiu.

Ao todo são oito candidatos na corrida à sucessão do atual presidente, o conservador Guillermo Lasso, entre eles a advogada e ex-deputada Luisa González, que busca a volta ao poder do correísmo – em alusão à linha política do ex-presidente Rafael Correa -, o ex-vice-presidente Otto Sonnenholzner e o ex-legionário e empresário especialista em segurança Jan Topic.

Também concorrem o ambientalista indígena Yaku Pérez, os empresários Xavier Hervás e Daniel Noboa, o advogado independente Bolívar Armijos e Zurita.

Os vencedores das eleições presidenciais e legislativas completam o período 2021-2025, interrompido por Lasso em maio ao invocar o mecanismo constitucional da “morte cruzada”, com o qual dissolveu a Assembleia, com maioria da oposição, quando estava disponível para votar pela sua destituição como última etapa de um processo político em que havia sido acusado de suposto peculato.

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O presidente, que não concorre à reeleição, optou por forçar esta convocatória de eleições extraordinárias sob o risco de ser destituído do poder devido a uma acusação de suposta corrupção que rejeita e nega veementemente.