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Eleições

Equador vai às urnas escolher oitavo presidente em uma década

Os equatorianos vão às urnas neste domingo para escolher seu oitavo presidente em dez anos, durante os quais nenhum governante eleito nas urnas terminou o mandato. Treze equatorianos, entre eles uma mulher, candidataram-se à cadeira presidencial, ocupada pelo cardiologista Alfredo Palacio desde 20 de abril de 2005, quando o ex-coronel Lucio Gutiérrez foi derrubado.

O favorito para estas eleições, o esquerdista Rafael Correa , do movimento Aliança País, afirma que vencerá no primeiro turno, enquanto León Roldós , Álvaro Noboa e Cynthia Viteri mostram confiança em uma segunda votação, na qual ninguém nega que Correa será um dos concorrentes.

O conservador Sixto Durán Ballén é o único presidente que terminou seu período constitucional desde 1996. A história política do Equador depois da Presidência de Durán Ballén (1992-1996) mostra sua instabilidade nos vários chefes de Estado escolhidos, além dos triunviratos e assembléias nacionais temporárias.

O populista Abdalá Bucaram, líder histórico do Partido Roldosista Equatoriano (PRE), ganhou as eleições em 1996 e assumiu em 10 de agosto do mesmo ano, mas não durou nem seis meses no governo, sendo destituído em 6 de fevereiro de 1997.O Parlamento destituiu Bucaram por "incapacidade mental para governar", decretada sem exame médico nem direito a defesa.

A vice-presidente Rosalía Arteaga, com base no direito constitucional da sucessão presidencial, reivindicou a Chefia de Estado, mas ficou no poder por poucas horas. A Presidência de Arteaga, denominada "temporária", foi tão breve que nem sequer consta em várias listas oficiais de presidentes do Equador, embora o governo vigente em 2005 a tenha reconhecido - por decreto - como chefe do Estado, a primeira mulher a governar o país de 13,4 milhões de habitantes.

O titular do Parlamento, Fabián Alarcón, sucedeu Arteaga como presidente interino (de 11 de fevereiro de 1997 a 10 de agosto de 1998). Entregou o cargo a Jamil Mahuad, que venceu a eleição no segundo turno, disputando com o multimilionário Álvaro Noboa, que denunciou uma fraude não comprovada.

Embora eleito para um período de quatro anos, Mahuad governou o Equador entre 10 de agosto de 1998 e 22 de janeiro de 2000, quando foi derrubado em meio a uma revolta indígena apoiada por coronéis rebeldes, entre eles Lucio Gutiérrez.

Formaram um triunvirato interino - com a participação de Gutiérrez, um advogado indígena - e depois uma assembléia, que durou muito pouco. Logo depois dessa dissolução, quem substituiu Mahuad foi seu vice-presidente Gustavo Noboa, que fez o juramento de sua nova função e assinou seu primeiro decreto no Ministério da Defesa, e não no Parlamento.

Noboa, que governou o Equador entre 22 de janeiro de 2000 e 15 de janeiro de 2003, deixou a Presidência para Lucio Gutiérrez, vencedor das eleições de 2002, nas quais o milionário Álvaro Noboa voltou a perder no segundo turno.

Gutiérrez, que foi ajudante de ordens de Bucaram - e portanto testemunhou sua destituição - e protagonista da revolta indígena contra Mahuad, sustenta agora que foi "vítima" de um "golpe de Estado", cuja culpa coloca em seu vice-presidente, Alfredo Palácio.

Em meio a crescentes protestos populares em Quito, o Parlamento destituiu Gutiérrez em 20 de abril de 2005 por "abandono de cargo", apesar de que ainda era interino no palácio de Carondelet, sede do Executivo.

Palacio assumiu o comando durante uma agitada sessão em uma sede alternativa ao Parlamento, e fez o juramento do cargo diante da então presidente interina do Legislativo, Cynthia Viteri, que era deputada na época.

Agora, Viteri está entre os candidatos à sucessão de Palacio nas eleições deste domingo, quando 9,1 milhões de equatorianos deverão escolher o chefe de Estado para um mandato que, a princípio e constitucionalmente, deve se estender entre 15 de janeiro de 2007 e o mesmo dia de 2011.

Leia mais: O Globo Online

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