Riad O Equador reingressou nos quadros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) ontem, depois de 15 anos fora da entidade, reforçando os quadros do grupo em um momento em que os preços da commodity ampliam a influência política e econômica de seus integrantes.
O Equador tornou-se o 13.º integrante do grupo, que é responsável por um terço do fornecimento de petróleo do mundo, depois que o presidente do país, Rafael Correa, participou de uma reunião de chefes de Estado da Opep, ontem em Riad.
Com produção de cerca de 500 mil barris de petróleo por dia, o Equador é o menor país produtor do grupo.
"O Equador agora é um membro", afirmou o secretário-geral da Opep, Abdullah al-Badri. "Haverá algumas pequenas formalidades em Abu Dhabi", acrescentou.
A próxima reunião de ministros da Opep está marcada para acontecer em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, em 5 de dezembro. O Equador participará do encontro como membro completo, afirmou o ministro do Petróleo do país, Galo Chiriboga.
Correa fez da volta do Equador à Opep uma peça-chave de sua política petrolífera desde que assumiu a Presidência do país ano passado. O Equador ficará ao lado da aliada Venezuela no grupo.
As medidas de Correa para conseguir uma participação maior das receitas petrolíferas de companhias internacionais que trabalham no Equador ecoa a nacionalização promovida por Hugo Chávez, na Venezuela. O Equador reforçará o grupo de nações da Opep que busca uma parcela maior da riqueza gerada pelo barril de petróleo.
Correa assustou investidores internacionais quando afirmou no mês passado que pode ficar com todo o lucro extra que as companhias estrangeiras estão conseguindo com a disparada nos preços do petróleo.
Os preços da commodity mais que quadruplicaram desde 2002 e o valor do barril nos Estados Unidos atingiu recorde de 98,62 dólares na semana passada, encorajando governos ligados ou não à Opep a revisar termos atraentes que ofereceram para conseguirem investimentos quando os preços eram muito menores.
O Equador é o segundo novo membro a ingressar na Opep este ano, depois que a Angola aderiu à entidade em janeiro. O país latino-americano vai pedir à Opep meta de produção de 530 mil barris diários de petróleo. Dos 12 membros da organização, 10 são sujeitos aos objetivos definidos pela entidade.
O Equador saiu da Opep em 1992, junto com o Gabão, por causa de questões relacionadas aos custos tarifa de associação e porque o governo do país sentia que precisava produzir mais petróleo que o permitido pela cota da Opep.