A Corte Constitucional do Equador decidiu nesta sexta-feira que a proposta que permitirá ao presidente Rafael Correa a se candidatar indefinidamente ao governo será votada pelo Congresso. Espera-se que a medida seja aprovada, uma vez que o líder de esquerda possui apoio majoritário dentre os representantes do Legislativo.
Os magistrados anunciaram que os congressistas, e não um plebiscito nacional, deve decidir se Correa, que governa o país desde 2007, poderá concorrer à Presidência outra vez. A decisão da Corte também permite a outros políticos se candidatarem a reeleições indefinidas em seus cargos.
O partido de Correa sugeriu a proposta em junho, quando enviou o texto para análise da Justiça. Com a aprovação, está praticamente garantido que o presidente tentará o quarto mandato já que seu partido detém cem dos 137 lugares da Assembleia Nacional.
Uma pesquisa realizada pelo centro Cedatos em parceria com a Gallup, realizada em 26 cidades do país, verificou que 65% dos equatorianos são contra as reeleições por tempo indefinido, apesar de 60% da população apoiar o governo de Correa. O estudo também indica que 73% dos cidadãos prefere decidir a questão em um plebiscito.
A medida foi incluída em outras propostas de reformas constitucionais que serão votadas pelos congressistas. Dentre elas está a permissão das Forças Armadas para participar mais livremente de operações de segurança pública, maiores poderes ao governo para supervisionar a mídia local e a redução da idade mínima para concorrer à Presidência. Agora, cidadãos com 30 anos podem se candidatar ao cargo; antes era preciso ter ao menos 35 anos.
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