A primeira lista mais abrangente dos conselheiros de transição do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, joga luz sobre o tipo de pessoas para o qual sua administração penderá, informou em sua edição desta quinta-feira (13) na internet o The Wall Street Journal. A relação mostra também quais instituições podem ganhar influência em Washington. A equipe de transição de Obama divulgou 13 nomes na noite desta quarta-feira (12) de pessoas que comandarão uma revisão das agências federais e outras seis que liderarão equipes na revisão das políticas nos departamentos do Tesouro, Estado e Defesa, além de questões sobre pessoal.
O grupo tem vários membros do segundo escalão da administração do ex-presidente Bill Clinton e pessoas do setor financeiro e de tecnologia. Inclui quatro ex-lobistas, três importantes arrecadadores de fundos para campanhas e dois ex-empregados da gigante do setor hipotecário em dificuldades Fannie Mae, com alguma sobreposição de funções entre eles. Quatro pessoas da lista têm laços com a consultoria McKinsey & Co., e dois têm experiência em liderar empresas de tecnologia no início de suas operações.
As equipes também reunirão informações necessárias para ajudar a nova administração a ser confirmada pelo Senado. Além disso, começarão a implementar as políticas após a posse de Obama, em 20 de janeiro. Os nomes dos líderes de equipe relativos a outras agências federais devem ser divulgados no fim da semana.
Obama se comprometeu a reduzir a influência dos lobistas em seu governo. Entre as 19 pessoas listadas nesta quarta, há quatro que já foram registradas como lobistas (a profissão é regulamentada nos Estados Unidos) e duas que trabalharam no setor de lobby mais recentemente, inclusive em 2008. As nomeações não parecem violar as regras determinadas por Obama de barrar pessoas que fizeram lobby no ano passado, de trabalhar em temas relacionados aos lobbies durante a transição.
Conselheiros
Os conselheiros para a transição de Obama incluem Tom Donilon, um importante lobista da Fannie Mae, gigante das hipotecas apoiada pelo governo que ajudou a precipitar a atual crise financeira. Donilon liderará uma equipe que revisará o Departamento de Estado. Também liderando o grupo do Departamento de Estado estará Wendy Sherman, diretora do Albright Group, fundado pela ex-Secretária de Estado Madeleine Albright.
Wendy comandou o fundo de caridade da Fannie Mae entre 1996 e 1997. Ela também participou de uma nova comissão do Congresso para reduzir a ameaça das armas de destruição em massa. Tanto Wendy quanto Donilon trabalharam no Departamento de Estado durante a administração Clinton.
Três membros da equipe atuaram como arrecadadores de fundos da campanha de Obama. Don Gips, um dos líderes da equipe de revisão das agências, é um executivo na Level 3 Communications e ex-conselheiro político do vice-presidente Al Gore. Gips arrecadou mais de US$ 500 mil para a campanha, apontou o jornal.
A revisão do Tesouro será comandada por Josh Gotbaum, um veterano da administração Clinton que trabalha há tempos no banco de investimentos Lazard Freres, e também por Michael Warren, diretor do escritório de operações da Stonebridge International LLC, empresa de consultoria e lobby de Washington.
Há alguma conexão entre o trabalho de Stonebridge, que inclui aconselhar multinacionais interessadas em operar nos EUA, e o Tesouro, principal agência na revisão de aquisições de companhias norte-americanas por multinacionais, por causa de eventuais problemas envolvendo a segurança nacional.
Biden
Funcionários do Partido Democrata afirmaram que o vice-presidente eleito, Joe Biden, escolheu seu futuro chefe-de-gabinete. O escolhido segundo essas fontes é Ron Klain, que já atuou na mesma função para o vice-presidente Al Gore, no governo de Bill Clinton.
Klain ajudou Biden a se preparar para o debate vice-presidencial durante a campanha. Antes disso, ele estava entre os influentes conselheiros democratas que auxiliaram Biden durante a campanha do senador nas primárias democratas. Os funcionários democratas falaram sob condição de anonimato. Com informações da Associated Press e da Dow Jones.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Deixe sua opinião