O casal Aline Gonçalves Marques e Rui César Marques, sobreviventes do naufrágio do Costa Concordia, que bateu numa rocha, encalhou e afundou na sexta-feira no mar da Toscana, na Itália, desembarcou ontem no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. O casal mora em Campinas, a 94 km da capital.
Em entrevista à Rádio Jovem Pan, o professor universitário relatou que o naufrágio começou por volta das 21 horas de sexta-feira e que houve demora para que os passageiros deixassem o navio. Ele e a mulher jantavam quando o navio bateu numa rocha. Ele disse que, a partir daquele momento, o pânico começou a tomar conta dos passageiros.
"Começou a cair tudo, copo, talheres. Era prato espatifando, gente escorregando. Aí começou o pânico. Quando ele inclinou uns 45 graus, imediatamente fomos para o lado contrário, o lado alto. O processo de descer do navio demorou 1h15. E o processo de descer do bote foi traumático porque os funcionários não estavam preparados para este processo. Nem todos falavam italiano. O bote quase virou umas três, quatro vezes. As pessoas estavam todas apavoradas", relata Marques.
Aplausos
O professor lembra que quando o bote levou o grupo para a praia, as pessoas aplaudiram, aliviadas. "Vimos várias situações, como criança chorando porque entrou no bote e a mãe ficou no barco", diz. Ele só conseguiu sair com a carteira com documentos, dinheiro e cartão de crédito porque disse ter esse hábito. E, mesmo no navio, optou por colocar a carteira no bolso antes de ir para o restaurante.
Alguns brasileiros, segundo ele, pensam em entrar com um processo coletivo contra a empresa Costa. "Todo mundo perdeu tudo. Saímos com a roupa do corpo. Teve gente que saiu de roupa íntima, de pijama, com toalha na mão", conta o sobrevivente.