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Naufrágio

Equipe já não espera encontrar outros sobreviventes

EGITO - A equipe que atua no resgate de tripulantes de um navio que afundou no Egito, nesta sexta-feira, disse já não ter esperança de encontrar cerca de 800 pessoas que ainda estão desaparecidas.

Foram resgatados 396 sobreviventes e pelo menos 185 corpos das águas do Rio Vermelho ou nas proximidades de onde a embarcação, chamada Al Salam 98, naufragou.

O navio tinha 35 anos e carregava 1,272 passageiros, além de 100 tripulantes, de Dubai, na Arábia Saudita, para o porto egípcio de Safaga.

- Não esperamos encontrar muitos sobreviventes porque já faz muito tempo que o navio afundou - disse uma fonte próxima das operações de resgate.

Sobreviventes disseram que chamas foram vistas do deque do navio pouco depois que ele deixou o porto, mas que a embarcação continuou seu trajeto. Já no meio do oceano, depois de muitas horas, o fogo de repente se espalhou e o navio começou a afundar. - Foram 20 horas na água. Os peixes já estavam nos comendo - disse um sobrevivente.

Algumas das pessoas resgatadas com vida disseram que a tripulação havia garantido que estava controlando o fogo, mas que chegou a evacuar as áreas mais baixas do navio e levar as pessoas para as partes mais altas.

- Havia fumaça. Perguntamos o motivo e eles disseram que estavam controlando a situação. Mas de repente tudo começou a piorar - disse outro sobrevivente.

A embarcação, da empresa El Islam Maritime Transport Co.,estava levando também cinco caminhões e 22 carros. O casco está a cerca de 600 metros de profundidade.

Há suspeita de que a embarcação estivesse superlotada. O presidente do Egito, Hosni Mubarak, disse acreditar que não havia botes salva-vidas suficientes no navio. Ele pediu urgência na investigação da tragédia. O navio seria de um modelo que afunda rapidamente caso encha d'água.

- Se essas portas estão abertas por algum motivo, isso acontece - disse Richard Clayton, editor da revista de navegação "Fairplay".

De acordo com o ministro dos Transportes do Egito, Mohamed Mansour, a embarcação, construída em 1970, havia passado por vistoria recentemente. O motivo do naufrágio ainda não foi determinado.

Segundo Mansour, no momento do desaparecimento do navio, o mar estava turbulento e o tempo estava ruim. A embarcação deveria ter chegado às 2h de sexta-feira (22h de quinta em Brasília), acrescentaram.

Estações costeiras não receberam nenhum pedido de SOS da tripulação, segundo a empresa proprietária do Al-Salam 98.

O navio, de bandeira panamenha, pertence ao grupo saudita Al-Blagha Group, que opera hotéis, linhas de cruzeiros turísticos, travessia de passageiros no Mar Vermelho e no Mar Mediterrâneo, empresas de cargas marítimas e administração de portos. Com capacidade registrada para o transporte de 1.300 passageiros, o Al-Salam é um dos maiores navios da frota que atende diariamente pelo menos 15 cidades da costa saudita com travessias que duram de sete a 48 horas. Com as atividades, a Al-Bagha registra uma participação de mais de 85% no transporte de passageiros na região.

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