As 42 mortes registradas nesta terça-feira na Síria e bombardeios contra as cidades de Hama, Homs e Zabadani tornaram ainda mais pessimistas os prognósticos para a aplicação de um cessar-fogo até o próximo dia 10, conforme acordado entre o governo do presidente Bashar al-Assad e o enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan. Mas a organização prepara o envio de uma equipe preliminar para começar a estabelecer um grupo permanente no país.

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Embora o regime sírio tenha informado que as tropas estavam se retirando de áreas urbanas - mas, cercando outras, consideradas sensíveis, segundo ativistas -, as Nações Unidas retomaram a pressão sobre Damasco. Além de anunciar o envio de um grupo preliminar de observadores ao país, o poderoso Conselho de Segurança, circulou entre os 15 países-membros, por iniciativa da França, um anteprojeto de declaração presidencial (sem caráter mandatório) para endossar o novo prazo para o fim das hostilidades

Com a entidade máxima da ONU criticada por discursos cada vez mais vagos em meio ao impasse entre seus membros permanentes - Rússia e China vêm bloqueando qualquer tentativa de resolução contra o regime Assad -, a embaixadora americana, Susan Rice, justificou a manobra.

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"O objetivo é dar mais apoio ao enviado especial Kofi Annan e destacar a importância de o governo sírio respeitar esse compromisso. Caso não usem esta janela para se desmobilizar, mas para aumentar a violência, entenderemos que o Conselho de Segurança terá que reagir de maneira séria e muito urgente", disse ela, esquivando-se, mais uma vez, de detalhar como.

Em Genebra porta-voz de Annan, Ahmad Fawzi, explicou que o Departamento de Operações de Paz da ONU (DPKO, na sigla em inglês), está preparando uma equipe preliminar, prevista para embarcar rumo a Damasco até esta quinta-feira. O objetivo é discutir com autoridades locais o estabelecimento de um grupo permanente, formado por entre 200 e 250 monitores, para supervisionar o cessar-fogo - com o respaldo de resolução do conselho.