Após 30 horas, ajuda chega a desabrigados
Pisco As doações que os peruanos de Lima levaram ao posto no Estádio Nacional no domingo à noite chegaram ao primeiro desabrigado de Pisco, a pouco mais de 250 quilômetros da capital, nas primeiras horas da manhã de ontem. Pode parecer muito tempo, mas esse período de aproximadamente 30 horas é o mínimo necessário para que milhares de voluntários embalem as doações separadamente alimentos, medicamentos, cobertores, roupas e água e os caminhões da Defesa Civil as recolham, antes de levá-las ao Grupo Aéreo n.º 8, a base aérea de Lima, e embarcá-las nos aviões que partem para a base de Pisco.
Pisco Uma semana depois do terremoto que o converteu em montanhas de escombros, o cheiro da morte toma conta do centro de Pisco. Além da arapuca em que se transformou a Igreja de San Clemente, cujo desabamento soterrou um número estimado de 250 pessoas, o Hotel Embassy é agora o centro das preocupações das equipes de resgate.
Os dois primeiros andares do edifício que até a última quarta-feira tinha cinco simplesmente desapareceram sob os três restantes. Ontem de manhã, o corpo de um funcionário peruano da empresa argentina Techint, foi removido dos escombros. Mas não sabe mais quantos cadáveres estão sepultados nas ruínas. Pelo odor de corpo em decomposição, sabe-se que há mais mortos ali. Pode ser um ou dezenas.
As informações iniciais são de que pelo menos 15 funcionários e hóspedes do hotel um três-estrelas de 70 apartamentos desapareceram.
"O hotel estava lotado", disse uma moradora de Pisco que acompanhava a remoção dos escombros. "Aqui ficavam turistas e gente que vinha de outras partes do país a trabalho. Pessoas a quem os habitantes daqui não procurariam."
A instabilidade das ruínas, que ameaçam soterrar também os socorristas, é até agora o principal inimigo das equipes de resgate.
Outros pontos
A busca por cadáveres também é intensa em outros pontos da cidade. A maior parte dos mortos já foi enterrada no cemitério local ao qual o terremoto também não poupou , em cerimônias coletivas e covas abertas às dezenas por retro-escavadeiras.
Cerca de 30 mil desabrigados de Pisco, que tinha 130 mil habitantes, já estão nos dez campos montados pela Defesa Civil na cidade, mas muitos dos que perderam as casas ainda resistem a ir para as barracas.