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Carga de mantimentos a ser distribuída pela ONU: órgão garante continuidade de serviços essenciais | Jerry Lampen/Reuters
Carga de mantimentos a ser distribuída pela ONU: órgão garante continuidade de serviços essenciais| Foto: Jerry Lampen/Reuters

Cabul - A ONU anunciou ontem que mais da metade de seus funcionários estrangeiros baseados no Afeganistão será realocada por conta da deterioração da segurança. O anúncio foi feito uma semana depois do mais mortal ataque feito por extremistas do Taleban contra sua missão na capital do país.

Cerca de 600 funcionários se­­rão levados para outros locais no Afeganistão ou para outros países por um período de três a quatro semanas, enquanto a organização tenta encontrar locais de mo­­radia permanentes e mais seguros para suas equipes.

No ataque de 28 de outubro, três homens invadiram uma hospedaria onde viviam funcionários das Nações Unidas, matando cinco deles. O Taleban assumiu a responsabilidade, dizendo que o alvo eram os organizadores da recente eleição presidencial, na qual a ONU teve um importante papel.

O presidente Hamid Karzai saiu vitorioso do pleito depois que seu concorrente, Abdullah Ab­­dullah, desistiu de participar do segundo turno – a primeira votação, em agosto, fora marcada por diversas irregularidades.

Apesar da retirada dos funcionários, o chefe da missão da ONU no Afeganistão, Kai Eide, disse, em entrevista em Cabul, que a organização continua comprometida com o país – onde opera há mais de 50 anos. Ao mesmo tempo, ele deixou clara a preocupação com a deterioração da segurança e com o fracasso do governo Karzai em combater a corrupção que, segundo Eide, ajuda a dar combustível à insurgência.

"Há uma crença entre alguns de que o comprometimento internacional com o Afeganistão continuará, não importa o que aconteça, por causa da importância estratégica do Afeganistão’’, afirmou. "Gostaria de enfatizar que isso não está correto. É a opinião pública em países doadores e em países que enviam soldados (para a guerra afegã) que decide a força desse comprometimento.’’

A decisão da ONU ocorre num momento em que o presidente dos EUA, Barack Obama, reavalia sua estratégia para o conflito e analisa se enviará tropas extras ao país asiático.

As Nações Unidas têm 5.500 funcionários no Afeganistão; 1.100 são estrangeiros que vivem em pensões em Cabul.

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