As águas do Lago Pontchartrain continuam vazando nesta quarta-feira e atingindo a já inundada cidade de Nova Orleans, na Louisiana, enquanto o Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA amplia os esforços para fechar uma fenda de duas quadras em um dique ao norte do centro urbano, que foi aberta durante a passagem do furacão Katrina. Nova Orleans fica em uma região de depressão, o que força o escoamento da água para a área urbana da cidade histórica.
Noutra frente de trabalho, equipes de socorro já retiraram 3 mil pessoas isoladas em telhados e sótãos. Corpos encontrados boiando estão, no momento, sendo deixados para trás. A governadora da Louisiana, Kathleen Blanco, ordenou a desocupação completa da cidade, de onde estima-se que 200 mil pessoas não tenham saído antes da chegada do furacão, no fim de semana. As 25 mil pessoas alojadas no Superdome, o estádio transformado em abrigo cuja cobertura não resistiu aos ventos, serão levadas para o estádio Astrodome, em Houston, no Texas, numa operação que Blanco chamou de "um pesadelo de logística". Barcos e centenas de ônibus serão empregados no traslado.
Equipes de resgate em helicópteros e barcos buscam por sobreviventes em Nova Orleans, que foi está totalmente isolada e particamente submersa. Sacos de areia estão sendo utilizados para conter a enchente. Pontes desapareceram sob as águas e estradas foram transformadas em canais. Para lutar contra este cenário desolador, foi convocado o Pentágono, que deslocou embarcações militares do Golfo do México para a região metropolitana de Nova Orleans.
O número de mortos nos estados do Sul dos EUA afetados pelo furacão ainda não é preciso. A Louisiana permanece sem uma estimativa de quantas pessoas morreram na passagem do Katrina, em grande parte porque as equipes de socorro estão inteiramente concentradas no resgate dos sobreviventes.
A senadora Mary Landrieu disse a repórteres ter ouvido relatos de que 50 a 100 pessoas morreram na área de Nova Orleans. Mas as equipes de socorro estão tão ocupadas com a retirada de pessoas isoladas em telhados e sótãos, que os corpos que encontram boiando estão ficando lá.
No Mississipi a contagem oficial de mortes é "mais de 123", mas, quando o cálculo estava em uma centena, a Defesa Civil disse que o número poderia duplicar ou triplicar. Na terça-feira, um porta-voz da cidade de Biloxi, uma das mais atingidas, disse que os mortos certamente "serão centenas".
A governadora da Louisiana, Kathleen Blanco, afirmou nesta quarta-feira que espera retirar todos os moradores da cidade de Nova Orleans em até dois dias. Uma das medidas mais importantes é esvaziar um Superdome, estádio de futebol americano que está servindo de abrigo para 25 mil.
Dentro da arena esportiva, não há ar condicionado para enfrentar o calor típico dessa época na região, os banheiros estão inundados e falta eletricidade. Há relatos de que a comida começa a escassear.
Blanco disse, ainda, que está estudando o uso de navios de cruzeiro como alojamentos temporários para pessoas desalojadas pelo Katrina e pela inundação. A cidade de Nova Orleans tem o maior porto dos EUA e ali operam várias linhas de cruzeiro.
- Claro que um navio de cruzeiro pode alojar duas mil a três mil pessoas e temos muito mais gente sem abrigo. Mas é uma das opções que estamos considerando - disse a governadora.
Polícia isola prédio do STF após explosão de artefatos na Praça dos Três Poderes
Congresso reage e articula para esvaziar PEC de Lula para segurança pública
Lula tenta conter implosão do governo em meio ao embate sobre corte de gastos
A novela do corte de gastos e a crise no governo Lula; ouça o podcast
Deixe sua opinião