O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, disse que o país vai desconsiderar a votação desta quarta-feira no Parlamento Europeu sobre os assassinatos em massa de armênios em 1915, que foram descritos pelo papa como genocídio.
O Parlamento Europeu deve discutir uma resolução para marcar os 100 anos das mortes de até 1,5 milhão de armênios sob o domínio do Império Turco-Otomano.
“Independentemente da decisão do Parlamento Europeu sobre as acusações do genocídio armênio, entraria por um ouvido e sairia pelo outro”, disse Erdogan durante entrevista coletiva no aeroporto de Ancara antes de partir para visita oficial ao Cazaquistão.
No domingo, o papa Francisco se tornou o primeiro líder da Igreja Católica a publicamente chamar a morte dos armênios de “genocídio”, levando a Turquia a convocar o embaixador do Vaticano e chamar o seu próprio de volta ao país.
A Armênia, alguns historiadores ocidentais e países estrangeiros se referem às mortes como genocídio.
A Turquia, de maioria muçulmana, concorda que armênios cristãos foram mortos em confrontos com soldados otomanos que começaram em 15 de abril de 1915, quando armênios viviam sob o império comandado por Istambul, mas nega que as mortes foram um genocídio.
Cerca de 100 mil armênios ainda vivem na Turquia, incluindo os que são cidadãos turcos e os que não são, e nunca foram mal-tratados, disse Erdogan.
“Ambos cidadãos e não cidadãos armênios estão aproveitando as oportunidades de nosso país. Podíamos deportá-los, mas não fizemos isto”, completou o presidente.
(Reportagem de Humeyra Pamuk e Eçe Toksabay)
((Tradução Redação Rio de Janeiro; 55 21 2223-7128))
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