O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, advertiu neste domingo (9) que a paciência de seu governo com os protestos em massa que chegaram ao décimo dia "tem um limite". "Permanecemos pacientes, ainda estamos pacientes, mas há um limite para a nossa paciência", disse Erdogan a simpatizantes Partido de Justiça e Desenvolvimento (AKP), ao desembarcar no aeroporto de Ancara, horas após ter participado de manifestações com apoiadores em outras duas cidades turcas.
Erdogan havia viajado a duas cidades onde ocorreram protestos e classificou os manifestantes como "um punhado de saqueadores". No sul da cidade de Adana, onde manifestantes pró e anti-governo entraram em confronto na noite do último sábado (8), ele fez um discurso inflamado do topo de um ônibus.
Violência
"Nós não vamos fazer o que um punhado de saqueadores fizeram. Eles queimam e destroem... Eles destroem as lojas de civis, os carros de civis", afirmou. O primeiro-ministro também pediu aos partidários que evitem a violência e projetou que a sua sigla, de raízes islâmicas, derrotará os oponentes nas eleições locais em março. "Enquanto houver vida no meu corpo, o seu primeiro-ministro (...), se Deus quiser, não vai ser dissuadido por qualquer coisa", afirmou. Erdogan então viajou para a cidade de Mersin, onde fez um discurso semelhante e abriu novas instalações desportivas.
Milhares de pessoas saíram às ruas durante a madrugada de hoje em Istambul, berço dos 10 dias de agitação, bem como no capital Ancara e na cidade de Izmir, no oeste do país. Os protestos foram em sua maioria pacíficos, mas a mídia local disse que várias pessoas ficaram feridas em Ancara quando a polícia dispersou uma multidão de cerca de 10 mil pessoas com jatos de água e gás.
Novos confrontos entre manifestantes e polícia também eclodiram bairro de Gazi, no oeste de Istambul, um distrito de classe operária em grande parte povoada por alevitas, uma minoria muçulmana que se opõe a Erdogan. Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press.