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Guerra na Ucrânia

Erdogan diz a Zelensky que Ucrânia “merece entrar na Otan”

O ucraniano Volodymyr Zelensky e o turco Recep Tayyip Erdogan durante entrevista coletiva em Ancara (Turquia). (Foto: Tolga Bozoglu/EFE/EPA)

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O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou nesta sexta-feira, em Ancara, que a Ucrânia “merece” entrar na Otan e pediu um retorno imediato à mesa de negociações para dar fim à invasão russa no país. “No 500.º dia da guerra do povo ucraniano em defesa da integridade territorial e da independência do seu país, estamos trabalhando pela paz”, comentou Erdogan em entrevista coletiva com o mandatário ucraniano, Volodymyr Zelensky. “Sem dúvida que a Ucrânia merece entrar na Otan”, afirmou Erdogan, apenas quatro dias antes da cúpula da aliança militar em Vilnius, na Lituânia.

Erdogan recordou que o seu governo está tentando mediar para alcançar uma solução diplomática para o conflito, prometeu continuar a trabalhar para esse objetivo e falou, neste contexto, de “uma paz justa”, em que “não há perdedores”. “Quero retornar imediatamente à mesa das negociações”, afirmou.

Zelensky agradeceu a Erdogan pelo apoio dado à aspiração do seu país de aderir à Otan. “A nossa campanha de construção bem-sucedida será a melhor. Fiquei satisfeito por ouvir o presidente [Erdogan] dizer que a Ucrânia merece se tornar membro da Otan”, declarou o chefe de Estado ucraniano, que chegou à Turquia no fim da tarde desta sexta-feira, procedente da Eslováquia, no âmbito de uma viagem pelos países parceiros da Otan para buscar apoio para a cúpula da aliança, em 11 e 12 de julho, quando a Ucrânia espera receber um convite para aderir ao pacto militar quando acabar a guerra.

Erdogan prometeu falar com Putin sobre transporte de cereais

Na coletiva, Erdogan também anunciou que vai falar com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre a prorrogação do acordo de transporte de cereais ucranianos a partir do Mar Negro para além de 17 de julho. O presidente turco disse que discutiu a questão com Zelensky e que irá discuti-la com Putin “por telefone ou no próximo mês, quando ele vier [à Turquia]”. Erdogan não especificou a data da visita, que será a primeira de Putin desde o início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.

O chamado “corredor de cereais”, um pacto de um ano entre Kyiv e Moscou mediado por Ancara e pela ONU para permitir que os navios carregados de cereais deixem os portos do Mar Negro para o mercado internacional, expira em 17 de julho. “Estamos trabalhando para prolongar o acordo sobre os cereais. Queremos a prorrogação do acordo que termina em 17 de julho. Acredito que as partes vão agir de forma responsável”, disse Erdogan, mencionando que atualmente 12 navios turcos estão retidos em portos ucranianos.

Zelensky afirmou que “todos querem” a continuação do acordo sobre os cereais e acusou Moscou de bloqueá-lo. “A Rússia se comporta como se o Mar Negro lhe pertencesse e impede a circulação de navios. Temos de ajudar o mundo a superar a fome e o caos social. A continuação do corredor de cereais não deve estar ligada ao humor do presidente russo. A Rússia está bloqueando o Mar Negro. A Rússia não deve disparar contra os navios”, declarou o presidente ucraniano.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu nesta sexta-feira para que se dê prioridade à segurança alimentar global diante da perspectiva de não renovação devido à oposição russa. Guterres recordou que o acordo sobre os cereais contribuiu para baixar significativamente os preços dos alimentos em nível mundial. No entanto, a Rússia afirmou que não vê motivos para prolongá-lo novamente, pois o acordo ucraniano sobre os cereais se tornou um pacto comercial e não humanitário. A Rússia também se queixou que as sanções internacionais contra ela a impedem de cumprir a parte do pacto que deveria garantir as suas exportações de alimentos e fertilizantes.

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