A Promotoria de Catania, no sul da Itália, informou nesta terça-feira (21) que um erro do capitão é a causa mais provável para o naufrágio do barco pesqueiro com 850 imigrantes no último domingo (19) no mar Mediterrâneo.
O naufrágio foi considerado a tragédia mais mortal registrada na história da travessia entre o norte da África e a Europa pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur). Até ontem, apenas 28 pessoas foram resgatadas com vida.
Imigrantes
A tragédia no Mediterrâneo é mais um sinal de que em 2015 cresceu o fluxo de imigrantes na região, a grande maioria vinda da África. Segundo a Organização Internacional para Migrações (OIM), o número de mortos é 30 vezes maior que no mesmo período de 2014, quando foram registradas 56 mortes.
Tanto autoridades italianas quanto a Acnur consideram que os passageiros desaparecidos morreram afogados. Com isso, o número de mortes de imigrantes no Mediterrâneo em 2015 chega a 1.776, mais da metade do registrado ano passado.
Segundo os promotores, o barco superlotado foi a pique após bater no cargueiro mercante King Jacob, de bandeira portuguesa, que foi ao local para socorrer os imigrantes depois de receber um chamado da Guarda Costeira italiana.
ONU
O Conselho de Segurança da ONU reivindicou aos países afetados mais coordenação para evitar novas mortes de imigrantes e para combater às redes que traficam pessoas. Em comunicado, o órgão expressou sua “grave preocupação” com o tráfico de migrantes no Mediterrâneo.
A colisão, ocorrida quando o pesqueiro se aproximou do navio, aliada ao movimento dos imigrantes tentando sair fizeram com que o capitão do barco menor perdesse o controle e o equilíbrio da embarcação e provocasse o naufrágio.
Para a Promotoria, o King Jacob não teve responsabilidade na manobra que afundou o pesqueiro. A conclusão foi tirada após depoimento dos sobreviventes e da tripulação do navio português.
Os promotores dizem que, por ora, não é possível saber com precisão o número de mortos, mas que, diante do baixo número de sobreviventes, a maioria pode estar no porão do barco pesqueiro, como relatado por algumas testemunhas.
As primeiras conclusões da investigação foram divulgadas horas depois da prisão do tunisiano Mohammed Ali Malek, acusado de ser o capitão do pesqueiro, e do sírio Mahmoud Bikhit, suposto assistente do comandante.
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