Presidente islâmico Mohamed Mursi e a oposição liberal ainda não chegaram a um acordo| Foto: REUTERS/Asmaa Waguih

As Forças Armadas do Egito pretendem suspender a Constituição e dissolver o Parlamento dominado por islâmicos de acordo com um plano político a ser executado se o presidente do país, Mohamed Mursi, e seus opositores não conseguirem chegar a um acordo de partilha de poder até quarta-feira, disseram fontes militares.

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As fontes afirmaram à Reuters que o Conselho Supremo das Forças Armadas ainda discutia detalhes deste plano, destinado a resolver a crise política que levou milhares de manifestantes às ruas. O roteiro pode ser alterado com base em acontecimentos políticos e consultas.

O chefe do Estado-Maior, general Abdel Fattah El-Sisi, fez um apelo a Mursi em um comunicado na segunda-feira para que o presidente chegue a um acordo dentro de 48 horas sobre a partilha de poder com outras forças políticas, caso contrário os militares iriam estabelecer o seu próprio roteiro para o futuro do país.

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O presidente rejeitou o ultimato e a principal aliança de liberais e esquerdistas da oposição se recusou a falar com Mursi, exigindo junto a jovens ativistas que ele renuncie.

As fontes disseram que os militares pretendem instalar um conselho interino, composto principalmente de civis de diferentes grupos políticos e tecnocratas experientes, para dirigir o país até que uma Constituição modificada seja elaborada nos próximos meses.

Haveria, em seguida, uma nova eleição presidencial, mas as eleições parlamentares seriam adiadas até que condições rigorosas para a escolha de candidatos estejam em vigor, disseram.

As Forças Armadas planejavam dialogar com o principal partido de oposição Frente de Salvação Nacional e outras organizações políticas, religiosas e jovens, já que o prazo dado para Mursi chegar a um acordo de partilha de poder acaba na quarta-feira.

As fontes não disseram como os militares pretendiam lidar com Mursi caso ele se recusasse a deixar o poder pacificamente.

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O roteiro poderá ser alterado como resultado dessas consultas, disseram. Entre as figuras que estão sendo consideradas como um chefe de Estado interino estava o novo presidente do Tribunal Constitucional, Adli Mansour.

O plano do Exército se assemelha às propostas para uma transição democrática apresentadas pela Frente de Salvação Nacional, que nomeou na segunda-feira o ex-chefe da agência nuclear da ONU, Mohamed ElBaradei, para negociar com os militares sobre o caminho a seguir.

As fontes militares disseram que os novos arranjos de transição seriam totalmente diferentes do regime militar que se seguiu à derrubada do presidente autocrático Hosni Mubarak por uma revolta popular em 2011.

Àquela época, o Conselho da Forças Armadas assumiu o poder efetivamente, mas foi amplamente criticado por políticos liberais e de esquerda por não fazer reformas políticas e econômicas vitais e por se alinhar à Irmandade Muçulmana.

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