A escalada do conflito no Oriente Médio com a contraofensiva do Exército de Israel, que deve ocupar a Faixa de Gaza em resposta ao ataque terrorista do Hamas no último dia 7, ganhou amplitude mundial com discursos pró-Israel de um lado e do outro, as ofensas antissemitas e o incentivo de destruição do Estado fundado em 1948 após a Segunda Guerra Mundial.
Segundo o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, reservistas israelenses espalhados pelo mundo estão sendo convocados para combater o grupo terrorista, responsável por milhares de mortes e sequestros após invasão do território judeu.
“Israelenses que estão aqui no Brasil ou em outros países, de férias ou visitando suas famílias, foram convocados pelo exército. Eles agora estão procurando uma maneira de chegar a Israel para estar com amigos e familiares, e entre eles também há reservistas das forças de trabalho israelenses. Nós vamos ajudá-los a chegar a Israel, pois estamos enfrentando uma campanha que não é fácil. Uma campanha para desestimular o Hamas a repetir essa operação, por assim dizer. Temos que realizar uma ação que eles não vão esquecer por muito tempo”, afirma o embaixador em entrevista à Gazeta do Povo.
Apesar das hostilidades enfrentadas pelos israelenses, Zonshine relata que voluntários procuram a Embaixada para reforçar as linhas de frente do Exército na Faixa de Gaza, mas ele acredita que não existe necessidade, no momento, de incorporar estrangeiros no corpo do Exército, assim como ocorreu dos dois lados na Guerra da Ucrânia. “Acho que isso não vai acontecer. Espero que não tenhamos necessidade disso, mas percebemos muitas pessoas voluntárias que querem ajudar Israel de qualquer maneira possível. Os telefones não param de tocar até agora”, disse.
“O apoio que as forças israelenses estão recebendo é muito forte, mas até agora não é em termos de pessoal. Até o momento, temos recebido apenas fornecimento de armas dos Estados Unidos para abastecer nossos arsenais”, completa o embaixador.
Questionado sobre o apoio dos foreign fighters, guerrilheiros estrangeiros, ao grupo terrorista Hamas, assim como aconteceu durante as ações do Estado Islâmico, ele comentou que os combatentes devem enfrentar muitas dificuldades para chegar até a área do conflito na Faixa de Gaza. “Se alguém quiser chegar lá, terá que entrar pelo Egito. Tentar chegar à Faixa de Gaza agora eu acho que é uma loucura. Creio que seja coisa de pessoas com a cabeça um tanto problemática”, avalia.
Em entrevista ao canal do Youtube da Gazeta do Povo, o instrutor da Escola de Comando e Estado Maior do Exército (Eceme), major Frederico Chaves Salóes, analisa que os anseios coletivos não atendidos geram insatisfação popular, que resultam em “intensas expectativas não correspondidas”, que usadas pela propaganda terrorista para atrair voluntários, independente da nacionalidade ou ideologia.
“Essas frustrações psicológicas podem e têm sido usadas, como vimos tanto pela Al Qaeda quanto pelo Estado Islâmico, para manipulação das pessoas que vão apoiar financeiramente ou dos mais ‘corajosos’ que vão fazer uma ação. Estamos falando de pessoas que não possuem ligação ideológica mas que vê no Hamas, na causa do Hamas, uma identificação, pois ele não teve suas expectativas atendidas pelo Estado onde reside”, explica.
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas