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Os ministros do Interior e da Economia da Turquia anunciaram nesta quarta-feira (25) sua renúncia, após verem seus nomes associados ao grande escândalo de corrupção urbanística e financeira que mantém em expectativa a política do país desde a semana passada.

O titular de Economia, Zafer Çaglayan, e o de Interior, Muammer Güler, renunciaram depois que um juiz decretou no último dia 17 de dezembro a prisão preventiva para seus filhos, Kaan Çaglayan e Baris Güler, acusados de participar de uma rede de subornos.

Os dois ministros negaram hoje taxativamente qualquer culpa, segundo o site do jornal turco "Hürriyet".

"Ficou muito claro que a operação lançada em 17 de dezembro é uma suja maquinação contra nosso governo, nosso partido e nosso país", manifestou Çaglayan em sua declaração de renúncia.

"Renuncio para que a verdade possa vir à tona e destruir este jogo indecente no qual envolveram amigos próximos e meu filho", acrescentou.

Já o ministro do Interior deu declarações parecidas e classificou a investigação aberta pelo Ministério Público sem seu conhecimento como "jogo sujo".

Güler esclareceu que em 17 de dezembro já apresentara de forma verbal sua renúncia para o primeiro-ministro, o islamita moderado Recep Tayyip Erdogan, mas só hoje fez o pedido por escrito.

Os ministros anunciaram sua renúncia após uma reunião com Erdogan, que retornou ontem à noite de uma viagem oficial ao Paquistão, na qual esteve acompanhado pelo próprio Çaglayan.

Segundo o jornal, de tendência opositora, é provável que o ministro de Meio Ambiente, Erdogan Bayraktar, seja outro a renunciar pois seu filho também foi detido na semana passada, embora tenha sido libertado no sábado.

Um total de 24 pessoas, entre eles o diretor do banco estatal Halkbank, foram presos preventivamente, enquanto outros, entre os quais um prefeito do governamental AKP e um milionário do setor da construção foram libertados.

Os acusados são suspeitos de terem fraudado a licitação de contratos urbanos. Além disso, são acusados de negócios ilícitos relacionados com o envio de ouro para o Irã, esquema que evitava as sanções internacionais contra o país em função de seu controvertido programa nuclear.

A reação do governo turco até o momento foi apenas ordenar a transferência ou suspensão de 100 chefes da polícia e publicar uma norma que proíbe a abertura de investigações pelo Ministério Público sem informar previamente instâncias superiores.

As autoridades insinuaram que a investigação tem relação com a luta pelo poder no partido AKP e o influente movimento do pregador Fethullah Gülen, um religioso conservador que durante anos foi aliado de Erdogan.

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