O irmão do ministro da Justiça da Colômbia foi preso nesta quinta-feira (25) como parte de um inquérito sobre o crime organizado que liga dezenas de aliados políticos do presidente Álvaro Uribe ao comércio de cocaína do país.
Guillermo Valencia, irmão do ministro Fabio Valencia, era o chefe da promotoria pública da cidade de Medellin quando foi grampeada uma conversa sua que sugeria ligações com um narcotraficante procurado.
Ele nega qualquer acusação e o ministro diz que não irá renunciar.
A prisão acontece enquanto cerca de 60 membros do Congresso colombiano, a maioria da coalizão conservadora de Uribe, enfrentam acusações de utilizarem paramilitares comandados por narcotraficantes para intimidar os eleitores.
Parlamentares democratas dos Estados Unidos bloqueiam no Congresso um acordo comercial com a Colômbia baseados em preocupações de que Uribe ainda não fez o bastante para punir os paramilitares que mataram líderes sindicalistas no país.
A revista colombiana Cambio deu a notícia sobre os grampos telefônicos, levando a procuradoria nacional a investigar suspeitas de que Guillermo Valencia seria ligado ao ex-comandante paramilitar de direita Daniel "Don Mario" Rendon.
Rendon dirige uma de muitas quadrilhas de drogas e extorsão criadas por ex-soldados paramilitares que se desmobilizaram em uma proposta de paz do governo que os ofereceu penas reduzidas em troca da desistência do crime.
"O caso contra Guillermo Valencia foi evidenciado por uma reportagem da imprensa, e não por uma investigação interna", disse o analista político Maurício Romero.
"Isso mostra que a Colômbia ainda tem um longo caminho a percorrer em termos de auto monitoramento de suas instituições", disse Romero.
A Colômbia é o maior produtor mundial de cocaína e viu um aumento de 27 por cento nas plantações de coca para fabricar a droga no ano passado, de acordo com as Nações Unidas.
O irmão do chefe de polícia do país, Oscar Naranjo, está em uma prisão alemã por acusações sobre drogas. Nem mesmo Uribe, apoiado pelos Estados Unidos e famoso por ter conduzido uma ofensiva contra as guerrilhas marxistas do país, escapou dos escândalos familiares.
Seu primo, Mario Uribe, um ex-senador, é acusado de lidar com os paramilitares, que foram organizados nos anos 1980 para ajudar os colombianos ricos a combaterem as guerrilhas.
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