Foto de domínio público de um encontro do então senador Joe Biden e o presidente democrata William Jefferson Clinton na Casa Branca, em março de 1993| Foto: Wikimedia Commons/Bob McNeely
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O democrata Joe Biden foi eleito presidente dos EUA em 2020, quando enfrentou o ex-presidente republicano Donald Trump (2017-2021) nas urnas. No entanto, essa não foi sua primeira tentativa de chegar ao cargo mais importante do país.

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Em 1987, o aspirante democrata, senador à época, teve sua candidatura à presidência frustrada por uma acusação de plágio, que afundou suas chances de se tornar o nome do partido naquela ocasião para as eleições de 1988, para as quais ele era um dos favoritos.

A ocorrência foi registrada durante um debate nas primárias democratas daquele ano. Biden foi acusado de plagiar um discurso do político britânico Neil Kinnock, ex-líder do Partido Trabalhista do Reino Unido.

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Segundo as denúncias, o presidente americano teria retirado trechos de um dos discursos mais comoventes de Kinnock sobre suas origens familiares sem dar os devidos créditos ao autor. Muitos acreditam que esse acontecimento foi o motivo do democrata ter perdido sua primeira nomeação para o cargo máximo dos EUA.

O discurso em questão de Kinnock, considerado um orador nato, foi feito na Conferência do Partido Trabalhista Galês em Llandudno, em maio de 1987, que abriu uma campanha eleitoral contra a ex-primeira-ministra conservadora, Margaret Thatcher.

Um artigo do jornal New York Times daquela época, escrito por Maureen Dowd, afirmou que os estrategistas da campanha presidencial democrata ficaram admirados com o texto do líder trabalhista britânico, inclusive Joe Biden.

O aspirante democrata então inseriu declarações presentes no discurso de Kinnock em seus próprios comentários durante a campanha.

No começo, ele tinha o cuidado de creditar as afirmações ao seu autor, no entanto em um debate com outros pré-candidatos democratas Michael Dukakis, Jesse Jackson, Al Gore e outros, no estado de Iowa, ele utilizou trechos do trabalhista, mas se esqueceu da fonte original, dando a entender que era seu próprio conteúdo.

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Segundo contou o jornal The Guardian, a questão se tornou um problema para Biden a partir daquele momento, que pouco depois anunciou que estava desistindo da corrida eleitoral.

Segundo declarações do próprio autor do discurso, que esteve à frente do Partido Trabalhista de 1983 a 1992, ele teria descoberto o uso de seu texto por meio de um indivíduo que atuou na campanha de Dukakis - que disputava a nomeação com Biden naquele ano.

Ele então conectou o discurso ao britânico e compartilhou com seus superiores na campanha de Dukakis, que logo divulgou o fato para a imprensa. Em setembro de 1987, Biden anunciou que estava desistindo da corrida eleitoral.

Nova pressão sobre Biden

Depois de enfrentar por décadas as acusações de plágio, o agora presidente americano, de 81 anos, passa por uma nova fase turbulenta na política.

Depois do debate com Donald Trump no último dia 27, no qual seu desempenho foi criticado pela imprensa e até por aliados do partido, o democrata que busca a reeleição é considerado velho demais para permanecer na Casa Branca.

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Com isso, crescem as especulações sobre sua possível substituição na candidatura para as eleições de novembro. A vice, Kamala Harris, é vista como favorita para assumir a corrida eleitoral.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]