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Robert Zollitsch teria acobertado caso de abuso sexual cometido por padre na Alemanha | Reuters
Robert Zollitsch teria acobertado caso de abuso sexual cometido por padre na Alemanha| Foto: Reuters

O escândalo causado pelos abusos sexuais do clero católico contra menores atingiu nesta quarta-feira o presidente da Conferência Episcopal Alemã, Robert Zollitsch, investigado por ter supostamente ajudado e acobertado um padre que cometera abusos.

A investigação acontece em Friburgo, no sudoeste do país, onde Zollitsch é arcebispo. A Igreja criticou o Ministério Público e a imprensa por fazerem "sensacionalismo" com as acusações de que Zollitsch teria ajudado em 1987 a conseguir uma vaga em uma paróquia para um padre que havia sido suspeito de abuso na década de 1960.

A Igreja negou que a nomeação do padre tenha sido responsabilidade direta de Zollitsch. Acusações de que padres teriam cometido abusos em vários continentes nas últimas décadas mergulharam a Igreja na pior crise da sua história moderna.

O próprio papa Bento XVI tem sido acusado de fazer vista grossa a um caso de abuso em 1980 na Alemanha, e um bispo alemão, Walter Mixa, de Augsburg, já teve de renunciar por causa de acusações de abusos. O assunto levou prelados a se afastarem também na Bélgica e na Irlanda.

Com o surgimento desses casos, mais vítimas se sentem dispostas a falar. Nesta quarta-feira, a Igreja Católica da Suíça disse ter registrado um grande aumento nos relatos de abusos nos últimos meses.

Zollitsch já havia sido obrigado a pedir desculpas num outro caso por não ter denunciado às autoridades uma suspeita de abuso.

A chamada Rede de Sobreviventes dos Abusados por Padres elogiou a nova investigação contra o bispo alemão, e disse esperar que ela abranja "todos os crimes sexuais e acobertamentos."

Barbara Blaine, diretora da entidade, disse que fiéis e empregados da Igreja têm um "dever cristão e cívico" de colaborar com a investigação do promotor Wolfgang Maier.

Zollitsch, que afinal obrigou aquele padre a se aposentar mais cedo, disse em março que anos depois falou a ele sobre as evidências de abuso sexual e disse ao religioso que a Igreja deveria levar o caso aos promotores. O ex-padre então cometeu suicídio.

Zollitsch dirige a diocese desde 2003, mas já estava à frente do departamento pessoal desde 1987. A diocese de Friburgo disse que a recolocação do padre em uma paróquia foi uma decisão tomada de modo independente pela ordem religiosa dele, a dos cistercienses.

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