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Pessoas feridas em confronto na cidade de Sirte, na Líbia, estão morrendo nas mesas de operação pois o combustível para o gerador do hospital acabou, disseram neste domingo (2) médicos que fogem de um agravamento da crise humanitária na cidade.

Local de nascimento do ex-líder líbio Muamar Kadafi, Sirte é uma das duas cidades que ainda se mantém contra os novos governantes do país e os civis se vêem no meio de um forte confronto que já está em sua terceira semana.

O governo interino, ou Conselho Nacional de Transição (CNT), declarou uma trégua de dois dias permitindo que os civis escapem, mas as pessoas que estão saindo da cidade disseram não saber nada sobre o cessar-fogo, e que os tiroteios não haviam parado.

"Os médicos começam a operar, e aí acaba a energia. Eles têm alguns poucos litros de combustível para os geradores, então as luzes se apagam quando estão operando", disse um homem que deu o nome de Al-Sadiq e que disse liderar a unidade de diálise do principal hospital de Sirte.

"Eu vi uma criança de 14 anos morrer na mesa de operação porque a energia acabou durante a operação", disse ele à Reuters nos arredores da cidade.

Trabalhadores voluntários da Comissão Internacional da Cruz Vermelha (ICRC, na sigla em inglês), que trouxeram medicamentos para Sirte no sábado, não conseguiram chegar até o hospital por causa dos tiroteios.

O hospital se tornou o foco das preocupações sobre a crise humanitária na cidade, com residentes descrevendo como os médicos estão tentando tratar civis feridos nos conflitos sem os materiais adequados.

"É uma catástrofe. Pacientes estão morrendo todos os dias pela necessidade de oxigênio", disse Mohammed Shnaq, bioquímico do hospital que fugiu na manhã de domingo durante uma pausa dos tiroteios.

Ele disse que farmácias privadas em Sirte entregaram seus suprimentos ao hospital depois que seus próprios estoques acabaram, na semana passada, mas estes estavam agora se esgotando também.

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