Os alunos de uma escola do ensino médio na cidade de Mississauga, no estado de Ontário, no Canadá, foram surpreendidos com as prateleiras vazias da biblioteca escolar. De acordo com relatos da imprensa canadense, mais da metade dos exemplares foram removidos da instituição após uma instrução do ministro da educação para retirar livros "não inclusivos" do acesso aos estudantes.
“O Conselho avaliará livros, mídia e todos os outros recursos atualmente em uso para o ensino e aprendizagem de inglês, história e ciências sociais com o propósito de utilizar recursos que sejam inclusivos e culturalmente responsáveis, relevantes e reflexivos para os alunos e para as comunidades escolares mais amplas do Conselho”, diz o memorando feito do conselho local.
Sem uma instrução clara sobre como difereciar os livros que deveriam ser removidos ou não, a Escola Secundária Erindale em Mississauga adotou um método preocupante para seguir as orientações do Conselho: os funcionários do colégio retiraram todos os exemplares que foram publicados antes de 2008.
Entre a lista de removidos, livros da série Harry Potter, 'O Diário de Anne Frank', 'Jogos Vorazes' e até mesmo obras que contam sobre a história canadense foram retiradas do acervo escolar.
“Este ano, entrei na biblioteca da minha escola e havia fileiras e mais fileiras de prateleiras vazias, sem absolutamente nenhum livro”, disse Reina Takata, uma aluna do 10º ano, à rede de notícias canadende CBC.
Takata ainda disse que um dos funcionários da instituição informou que precisaram remover todos os livros que haviam sido lançados até 2008. O método deixou alunos e pais revoltados.
Livros deveriam ter sido revisados antes de serem removidos
A pricípio, havia uma orientação do Ministério da Educação canadense para que livros publicados até 2008 deveriam passar para uma curadoria inclusiva. O intuito seria definir uma qualidade de curadoria baseada em “recursos que promovem o antirracismo, a capacidade de resposta cultural e a inclusão”.
De acordo com a CBC, o próximo passo seria fazer uma "auditoria representativa de como os livros e outros recursos refletem a diversidade dos alunos". Mas isso não aconteceu e o caminho mais fácil encontrado pela instituição para atender à demanda foi remover todos os exemplares publicados até o ano de 2008.
Após a repercurssão negativa do caso, curador e presidente do conselho, David Green, reconheceu a falha do processo na Escola Secundária Erindale e suspendeu a implementação de tal curadoria.
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