Em meio a uma onda de ataques a crianças em escolas, Pequim anunciou ontem que policiais armados passarão a vigiar centros educacionais. Apesar de incomuns, os episódios têm recebido pouco destaque na controlada mídia chinesa, aparentemente por temor de inspirar incidentes semelhantes.
No caso mais recente, registrado ontem, Wang Yonglai, identificado como um fazendeiro, entrou de motocicleta em uma escola primária na cidade de Weifang, leste do país. Em seguida, agarrou duas crianças e se incendiou usando gasolina. Cinco alunos ficaram feridos, mas nenhum em estado grave. O agressor morreu.
Foi o terceiro ataque do tipo em três dias. Na véspera, em Taixing um desempregado de 47 anos esfaqueou 29 crianças de 4 e 5 anos de idade cinco estão em estado grave. Na quarta-feira, um ex-professor com problemas mentais esfaqueou 15 estudantes em Leizhou (sul).
Logo após o terceiro ataque, Pequim determinou patrulhas nos horários de entrada e saída das escolas a partir da terça-feira (segunda é feriado na China).
A mídia estatal tem dado pouco espaço aos ataques, todos perpetrados por homens. O incidente de ontem só saiu na versão em inglês da agência de notícias oficial Xinhua. No site do jornal estatal China Daily, publicado em inglês, um especialista em segurança aconselha os pais a transportar os filhos à escola em ônibus ou levá-los pessoalmente, em vez de a pé ou em bicicleta.
A publicação também lembrou um ataque à escola ocorrido em 23 de março, quando o ex-médico comunitário Zheng Minsheng esfaqueou e matou oito crianças de uma escola de ensino fundamental, na cidade de Nanping, sudeste do país.
"Não tenho ódio contra estudantes que esfaqueei. Eu os escolhi só porque eram fracas e vulneráveis. Queria ter um grande impacto no publico", disse Zheng, segundo o China Daily. Condenado à morte, ele foi executado na quarta-feira.
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