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Jovem abraça a irmã caçula após bombardeio em Aleppo. A imagem é de fevereiro | MS/STRINGER
Jovem abraça a irmã caçula após bombardeio em Aleppo. A imagem é de fevereiro| Foto: MS/STRINGER

A trégua entre os rebeldes e o regime sírio foi prolongada por três dias na cidade de Aleppo, onde neste sábado (7) algumas famílias retornavam as suas casas e as escolas do setor sob controle dos insurgentes reabriam.

O cessar-fogo auspiciado por Moscou e Washington na segunda cidade mais importante da Síria, que deveria expirar neste sábado à 01h01, horário local, prosseguirá por mais 72 horas, anunciou a Rússia, aliada do regime de Bashar al-Assad.

Quase 300 pessoas morreram desde 22 de abril pelos bombardeios na zona. O silêncio das armas permitiu que várias pessoas retornassem aos seus lares na parte em poder dos insurgentes.

“Decidi voltar com minha família porque conhecidos me disseram que a cidade estava calma”, declarou Abu Mohamas, pai de seis filhos, no bairro de Kalasé.

Neste setor, as escolas reabriram depois de permanecer duas semanas fechadas. “Quase todos os alunos voltaram às aulas, com exceção dos que deixaram seus bairros”, afirmou à AFP um professor de ensino primário do bairro de Shaar. “Estou ansioso para vê-los”.

Fronts de guerra

A trégua temporária em Aleppo entrou em vigor na quinta-feira (5), depois que o cessar-fogo acordado em nível nacional no dia 27 de fevereiro entre os insurgentes - não jihadistas - e o regime foi por água abaixo na cidade, estratégica para os dois grupos.

Segundo os analistas, se o regime se apoderar dos bairros rebeldes, pode considerar que venceu a guerra.

Para os insurgentes, um fracasso seria quase o golpe final. Sobretudo porque a ascensão dos jihadistas da Frente Al-Nosra (braço sírio da Al-Qaeda) e do grupo Estado Islâmico (EI) os ofusca cada vez mais.

O cessar-fogo prolongado por iniciativa de Moscou engloba a província de Latakia, no Noroeste da Síria, e Aleppo. Está previsto que dure até terça-feira, à 00h01 - 18h01 de Brasília de segunda-feira (9) -, mas os Estados Unidos anunciaram que farão o que puder para estendê-lo o máximo possível.

Desde sua eclosão em 2011, após a repressão sangrenta de manifestações pacíficas que pediam reformas, a guerra na Síria deixou mais de 270.000 mortos e milhões de deslocados.

Os combates prosseguem na província de Aleppo e em outras partes do país, como as localidades de Deir Ezzor (Leste), Damasco (Centro), Homs (também no Centro) ou Deraa (Sul). Vários grupos se enfrentam: o regime sírio contra os insurgentes, e os jihadistas contra o resto dos grupos.

Também estão envolvidos outros atores, como Rússia, o Hezbollah xiita libanês e o Irã, que apoiam o regime.

A coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos apoia os insurgentes e ataca pelo ar o EI, autor de múltiplas atrocidades no país e de atentados no exterior.

Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), o EI pendurou no muro de um jardim na localidade de Deir Ezzor os cadáveres de 10 soldados mortos em combate.

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