Dez mulheres sul-coreanas que foram vítimas da escravidão sexual do exército imperial do Japão e os descendentes de outras duas mortas anunciaram nesta terça-feira (23) que processarão o governo japonês em um tribunal dos Estados Unidos pelos danos sofridos.

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O grupo de 12 vítimas entrará com o processo no dia 1º de julho em um tribunal do estado da Califórnia, com o qual reivindicarão US$ 2 milhões cada uma, explicaram seus porta-vozes em entrevista coletiva em Gwangju, cerca de 270 quilômetros ao sul de Seul.

As vítimas, todas residentes na Coreia do Sul, decidiram levar o caso aos EUA após várias tentativas fracassadas em seu país e no Japão, explicou um porta-voz.

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Uma das integrantes do grupo é Yoo Hee-nam, de 87 anos, que na sexta-feira passada já anunciou a intenção de denunciar o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, o governo do Japão, várias empresas e um jornal do país vizinho pelo mesmo assunto.

As vítimas alegam que o Japão cometeu várias atrocidades no passado, como o recrutamento à força de mulheres como escravas sexuais de seus soldados na Segunda Guerra Mundial, e criticam que o atual governo tenta negar ou encobrir esses incidentes históricos.

“Não denunciamos por dinheiro, mas para que o Japão admita seus crimes de guerra e peça desculpas”, declarou o advogado das vítimas, Kim Hyung-jin, segundo a agência local “Yonhap”.

O Japão ofereceu compensações à Coreia do Sul no passado e pediu perdão em 1993 na que ficou conhecida como Declaração Kono, mas as vítimas consideram as medidas insuficientes e exigem mais indenizações, assim como desculpas “sinceras”.

Cerca de 200 mil jovens, a maioria coreanas, foram obrigadas a se prostituir para os soldados japoneses durante a Segunda Guerra Mundial em bordéis militares distribuídos por todo o território ocupado pelo Império do Japão na Ásia Oriental.

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Atualmente, apenas 50 dessas mulheres, chamadas eufemísticamente “mulheres de conforto”, continuam vivas na Coreia do Sul, segundo os registros do governo.