Morreu ontem, aos 83 anos, o escritor mexicano Carlos Fuentes, um dos últimos remanescentes do chamado "boom latino-americano" (movimento literário de repercussão internacional nos anos 60 e 70).
Fuentes sentiu-se mal na madrugada de ontem, em sua casa, na Cidade do México. Levado ao hospital, detectou-se uma hemorragia, causada provavelmente por uma úlcera, que o levou à morte às 12h15 (14h15 em Brasília).
A notícia tomou de surpresa o mundo literário. Fuentes estava em plena atividade. Havia participado da Feira do Livro de Buenos Aires, no início do mês, e escrevia uma série de artigos sobre a eleição francesa, além de um novo romance, Federico en Su Balcón, que a Rocco deve lançar neste ano no Brasil.
O presidente Felipe Calderón manifestou-se publicamente em sua conta no Twitter, lamentando o ocorrido. Após ser velado pela família, o corpo seria levado hoje ao Palacio de Bellas Artes para cerimônia pública.
Filho de um diplomata, Fuentes nasceu no Panamá e viveu em vários países, como Argentina, Brasil e EUA. Escreveu mais de 20 livros, entre eles clássicos da literatura latina, como La Región Más Transparente e Aura. Fuentes era casado com a jornalista Silvia Lemus, com quem teve dois filhos, mortos tragicamente: Natasha, aos 29 anos, viciada em drogas, e Carlos, aos 25, hemofílico.