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Jaime Bayly

Escritor polêmico se lança candidato a presidente do Peru

O escritor e jornalista Jaime Bayly anunciou na quarta-feira que pretende disputar a eleição presidencial do Peru de 2011, na qual já aparece com 5 por cento das intenções de voto.

Bayly é autor de ideias que irritam a Igreja e os militares peruanos. Ele disse que a candidatura ainda depende das pesquisas, do partido que o apoia, do aval das suas duas filhas e de ele estar com "boa saúde".

"Vejo com simpatia e entusiasmo a possibilidade de me inscrever como candidato presidencial em janeiro de 2011", disse Bayly a jornalistas estrangeiros, na véspera de completar 45 anos.

Segundo as últimas pesquisas, o prefeito de Lima, Luis Castañeda, lidera as intenções de voto, com 22 por cento, praticamente empatado com a deputada Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, que tem 21 por cento.

Em terceiro lugar aparece o líder oposicionista Ollanta Humala, rosto mais visível da oposição ao presidente Alan García, com 13 por cento.

Para alguns analistas, a disputa promete surpresas, já que 81 por cento dos entrevistados em uma pesquisa não se sentem bem representados por nenhum partido peruano, o que eleva a chance de vitória de um eventual candidato independente.

Seria uma repetição do pleito de 1990, quando Fujimori, então um desconhecido professor de matemática, chegou à Presidência.

O pequeno partido Mudança Radical já ofereceu a vaga presidencial a Bayly, que se intitula um "liberal de esquerda" e tem como modelo político o primeiro-ministro espanhol, o socialista José Luis Rodríguez Zapatero.

Autor de vários romances, bissexual assumido, Bayly defende a despenalização do aborto, o casamento homossexual, a redução do contingente das Forças Armadas e o fim de "privilégios" da Igreja Católica.

Diante da reação de militares, religiosos e políticos tradicionais, Bayly eleva o tom de confronto e se mantém no noticiário. Ele próprio já admitiu que sua ambição política é "uma aventura", uma espécie de "ludopatia compulsiva pelo risco", porque a vitória o privaria de muito dinheiro como escritor, comentarista de TV e roteirista de cinema.

"Tem gente que quer que eu me meta no circo (eleitoral), porque intui que o circo vai ser mais divertido com um palhaço mais", afirmou.

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