O autor turco Orhan Pamuk foi agraciado nesta quinta-feira (12) com o Prêmio Nobel de Literatura, anunciou a Academia sueca.
"Na busca da alma melancólica de sua cidade natal, [Pamuk] descobriu novos símbolos para o combate e a mescla de culturas", disse o júri do prêmio.
Atacado pelos nacionalistas por causa de sua defesa das causas armênias e curdas, Pamuk é autor de uma obra que descreve a sociedade turca em meio às culturas oriental e ocidental.
Pamuk vai levar para casa o equivalente a R$ 3 milhões. O prêmio será entregue no dia 10 de dezembro em Estocolmo, capital da Suécia. Na ocasião, Pamuk receberá a medalha e o diploma do Nobel e um documento confirmando o valor do prêmio das mãos do rei da Suécia, Carl XVI Gustaf.
Vida e obraPamuk nasceu em 7 de junho de 1952, numa família de classe média alta de Istambul. Tanto seu pai quanto seu avô eram engenheiros. Ele estudou arquitetura na Universidade Técnica de Istambul e jornalismo na Universidade de Istambul. Entre 1985 e 1988, viveu nos Estados Unidos, passando temporadas como pesquisador-visitante na Universidade de Colúmbia (Nova York) e na Universidade de Iowa.
O sucesso internacional veio pela primeira vez com o livro "Beyaz Kale" ("O Castelo Branco", de 1985). A obra se passa no século 17 e aborda a relação entre o mundo turco e o europeu por meio do protagonista, um veneziano que é vendido como escravo ao jovem erudito otomano Hodja. Segundo a Academia Sueca, "conforme os dois homens recontam sua história de vida um para o outro, ocorre uma troca de identidades. Num nível simbólico, é como se o romance europeu fosse capturado por uma cultura estrangeira e depois se aliasse a ela".
Além de diversas obras de ficção, Pamuk escreveu um retrato da cidade de Istambul e vários volumes de ensaios. Seu envolvimento em questões sociais e políticas lhe renderam um processo na Turquia, por sua menção ao genocídio de curdos e armênios. Ele também foi o primeiro escritor do mundo islâmico a defender o colega Salman Rushdie, vítima de perseguição por parte dos aiatolás do Irã por causa de seu livro "Os Versos Satânicos".
No Brasil, entre os livros do autor, estão publicados "O Castelo Branco" (já esgotado) e "Meu Nome é Vermelho".
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