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O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, admirador do ditador russo Vladimir Putin
O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, admirador do ditador russo Vladimir Putin| Foto: REUTERS/Nadja Wohlleben

O governo da Eslováquia pediu à polícia do país que investigue o ex-ministro da Defesa Jaroslav Nad por doar caças e um sistema de defesa aérea à Ucrânia a fim de ajudar Kiev a se defender contra a invasão da Rússia, disse uma autoridade governamental nesta sexta-feira (21).

O novo governo, sob a liderança do primeiro-ministro esquerdista Robert Fico, admirador do ditador russo Vladimir Putin, tomou posse em outubro do ano passado e cortou a ajuda militar aos ucranianos.

Em 2023, o governo anterior da Eslováquia forneceu uma dúzia de caças MiG-29 de fabricação russa, a maioria dos quais não estava operacional, bem como o sistema de defesa aérea KUB.

Igor Melicher, secretário de Estado do Ministério da Defesa e membro do partido governista Smer, alegou que a doação do sistema de defesa aérea expôs o espaço aéreo eslovaco e colocou os cidadãos em risco.

“Estou convencido de que Nad traiu a Eslováquia”, disse Melicher em um briefing. “O Ministério da Defesa está entrando com uma queixa criminal por suspeita de crime de sabotagem, ou traição, abuso de poder e descumprimento de deveres fiduciários.”

Nad tem negado qualquer acusação de irregularidades e disse que tomaria novamente a decisão de ajudar militarmente a Ucrânia. Não houve nenhum novo comentário imediato dele nesta sexta-feira.

Em maio, Fico foi alvo de um atentado a tiros. Ele foi hospitalizado, passou por cirurgia e se restabeleceu.

Na mais recente eleição geral da Eslováquia, em setembro de 2023, o Smer foi o partido mais votado, com 23% da preferência dos eslovacos, e Fico conseguiu formar uma coalizão para voltar a ser premiê, cargo que já havia ocupado em outros dois períodos.

Durante a campanha, Fico fez uma promessa: cortar a ajuda militar à Ucrânia na guerra contra a Rússia.

“A guerra na Ucrânia não começou no ano passado [2022], começou em 2014, quando nazistas e fascistas ucranianos começaram a assassinar cidadãos russos no Donbass e em Lugansk”, disse em agosto do ano passado. “Precisamos dizer ao mundo inteiro: a liberdade veio do leste, a guerra sempre vem do Ocidente.”

Eleito, manteve a promessa de cortar ajuda militar, mas suavizou um pouco sua postura contra a Ucrânia, ao dizer que não se oporia à tentativa ucraniana de entrar na União Europeia, nem bloquearia ajuda financeira do bloco ao país.

Ainda assim, segue proferindo declarações a favor da Rússia. Em janeiro, em entrevista à emissora pública eslovaca RTVS, afirmou que a Ucrânia precisa concordar em ceder áreas ocupadas pelos russos para que a guerra acabe.

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