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O governo da Eslovênia declarou nesta quinta-feira (14) o fim da epidemia de coronavírus no país, tornando-se o primeiro da Europa a dar este passo. "Hoje a Eslovênia tem a melhor situação epidêmica da Europa, o que nos permite dizer que a epidemia geral terminou", disse o primeiro-ministro Janez Jansa.
A declaração, porém, não significa que o vírus deixou de circular no país. Desde o início de maio, a Eslovênia registra menos de 10 casos de coronavírus por dia, o que demonstra uma desaceleração na propagação da doença, mas não a sua extinção. Nesta quinta-feira apenas um caso foi confirmado.
Quase 1.500 pessoas foram diagnosticadas com a Covid-19 no país, sendo que 106 morreram.
A portaria que declara o fim da pandemia na Eslovênia se baseou em uma avaliação favorável da situação epidemiológica, mas teve como objetivo evitar que as medidas de restrição, adotadas pelo país desde 12 de março, fossem prorrogadas automaticamente para junho, segundo explicou Jelko Kacin, porta-voz do governo esloveno.
Como o coronavírus continua circulando, medidas de prevenção, como a proibição de aglomerações e uso obrigatório de máscaras, continuarão em vigor na Eslovênia.
O país já vinha reabrindo sua economia gradualmente desde 20 de abril, assim como outras nações europeias. Shoppings centers devem voltar a funcionar na próxima semana. Competições esportivas, como o futebol, poderão ser retomadas a partir de 23 de maio. As escolas também estão voltando às atividades, em etapas.
A única alteração trazida pelo decreto desta quinta-feira foi a liberação da entrada de cidadãos da União Europeia na Eslovênia, sem que eles precisem ficar em quarentena. Contudo, Kacin disse que a situação seria monitorada regularmente e, no caso de desenvolvimentos adversos, a política de fronteiras seria alterada. "Se um novo surto surgir nas proximidades da Eslovênia ou em um grande ponto de acesso no país, o governo poderá intensificar as restrições", disse.
A atual situação epidemiológica "torna possível relaxar as medidas urgentes de conter e gerenciar a Covid-19, mas elas ainda não podem ser completamente abolidas", disse o Gabinete de Comunicação do Governo em comunicado à imprensa.
O governo de Janez Jansa, de centro-direita, vinha sendo criticado por usar a epidemia de Covid-19 como motivo para restringir liberdades individuais. Em um protesto em 8 de maio, centenas de eslovenos descontentes reclamaram que Jansa estava tentando aumentar os poderes policiais, incitando o ódio contra os migrantes e fazendo ataques pessoais a jornalistas. O governo nega tais acusações.