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A Espanha começou a permitir que descendentes de pessoas que fugiram do país durante ou depois da Guerra Civil de 1936/39 peçam cidadania espanhola. O governo acredita que cerca de 500 mil filhos ou netos de pessoas que buscaram o exílio para fugir da ditadura do general Francisco Franco tenham direito a pedir cidadania. Do total, 300 mil viveriam na Argentina.

O gabinete do governo liderado pelo primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero, do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), aprovou essa decisão ontem. A medida é parte de uma lei aprovada no ano passado, para que sejam pagas indenizações às vítimas da Guerra Civil e da ditadura de Franco, que durou até 1975

De acordo com o governo, a cidadania espanhola está sendo oferecida para descendentes de pessoas que fugiram da Guerra Civil ou da ditadura subseqüente por causa de perseguição política ou de dificuldades econômicas. Quem aceitar não terá de renunciar à cidadania atual.

A oposição conservadora é contra a medida, argumentando que ela "reabre velhas feridas". Cerca de 500 mil pessoas morreram na Guerra Civil, iniciada quando as forças mais conservadoras, inclusive a hierarquia da Igreja Católica, se uniram em torno do general Franco para combater a transformação do país em uma república.

O pacote também oferece cidadania espanhola aos poucos sobreviventes das Brigadas Internacionais, cidadãos de vários países do mundo que combateram pela República durante a Guerra Civil. Diferentemente de outra lei semelhante, de 1996, eles agora não precisarão abrir mão de suas cidadanias atuais.

A legislação aprovada no ano passado e regulamentada ontem também prevê a renomeação de praças, ruas e avenidas que haviam sido batizadas com os nomes de generais do regime de Franco, à exceção daqueles que tenham "valor histórico ou artístico-religioso". Casos considerados controversos serão decididos pelo Ministério da Cultura.

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