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Aliado da ditadura chavista

Espanha entrega Hugo Carvajal aos EUA após longo processo judicial

Hugo Carvajal durante uma reunião em fevereiro de 2019. (Foto: EFE/Miguel Gutiérrez)

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O ex-general venezuelano Hugo Armando Carvajal, conhecido como Pollo Carvajal, já foi extraditado para os Estados Unidos, país que o acusa de crimes ligados ao narcotráfico, após uma longa jornada judicial que terminou no Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH ), que na semana passada rejeitou seu último processo.

Fontes jurídicas informaram à Agência EFE que o ex-chefe da contraespionagem venezuelana durante o regime de Hugo Chávez já está indo para os Estados Unidos, país para o qual evitou por todos os meios ser extraditado desde que a polícia espanhola encontrou seu paradeiro em 2021, depois de passar quase dois anos desaparecido.

A entrega de Carvajal tornou-se definitivamente efetiva depois que ontem a Audiência Nacional espanhola ordenou à Interpol que prosseguisse "imediatamente" com sua extradição, uma vez que o TEDH rejeitou sua demanda.

Hugo Armando Carvajal fugiu da Venezuela com passaporte falso em fevereiro de 2019 e em abril foi preso ao desembarcar em Madri e entrou em prisão preventiva.

Alguns meses depois, em setembro, a terceira seção criminal da Audiência Nacional espanhola rejeitou sua extradição contra a discrição do Ministério Público e, em meados do mês, foi libertado da prisão.

A Promotoria Antidrogas recorreu e em novembro o pleno da Audiência revogou a decisão e deu autorização para a entrega. A detenção foi frustrada, pois não foi possível descobrir seu paradeiro até quase dois anos depois. Em 9 de setembro de 2021, ele foi localizado em um apartamento em Madri.

Pollo Carvajal estava em prisão preventiva desde então devido ao patente risco de fuga que os juízes consideraram e, durante esses anos sua defesa tentou impedir sua extradição por todos os meios e com todos os recursos.

Ele pediu asilo na Espanha sem sucesso - algo que ainda carece de recurso - e impugnou todas as decisões que os juízes proferiram contra ele até chegar ao TEDH, que pediu para interromper sua extradição, considerando que nos EUA corre o risco de ser condenado à prisão perpétua sem chance de obter liberdade condicional.

O TEDH rejeitou por estar "convencido" de que ele será julgado em "um sistema judicial que respeita a preeminência da lei e os princípios de um julgamento justo no qual ele terá plena possibilidade de organizar sua defesa com um advogado".

A Justiça o acusa por crimes equivalentes na Espanha a pertencer a uma organização criminosa ou à participação ou colaboração com uma organização terrorista e tráfico de drogas, considerando que ele teria integrado uma organização dedicada ao narcotráfico e relacionada com as FARC, tanto na Venezuela como na Colômbia e também com destino aos Estados Unidos.

Em 2021, de acordo com o site Ok Diario, o ex-chefe da inteligência militar venezuelana informou à Justiça da Espanha que os regimes de Hugo Chávez e Nicolás Maduro fizeram pagamentos ilegais a partidos e políticos de esquerda no país europeu e na América Latina, entre os beneficiados estariam o atual presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e os ex-presidentes da Argentina, Néstor Kirchner (2003-2007), e da Bolívia, Evo Morales (2006-2019).

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