A Justiça da Espanha libertou nesta quinta-feira um jovem estudante mexicano detido por supostamente planejar um atentado com gás contra os manifestantes que protestavam pela visita do papa Bento XVI em Madri. O juiz da Audiência Nacional Fernando Andréu não apresentou até o momento nenhuma acusação formal contra José Pérez Bautista, de 24 anos e natural do Estado de Puebla, mas o passaporte dele ficou retido e ele deverá comparecer a uma delegacia de polícia duas vezes ao dia, enquanto a investigação continua.

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O magistrado tornou os autos públicos após interrogar suspeitos, horas depois da chegada da Bento XVI a Madri para participar da Jornada Mundial da Juventude, com a presença de milhares de jovens católicos de todo o mundo.

A manifestação contra o papa teve lugar na quarta-feira, no centro da capital espanhola. O mexicano, que trabalhava como voluntário na organização da viagem do pontífice, foi detido na terça-feira após ameaçar na internet realizar um atentado contra os que participassem de uma marcha contra o papa, usando gás ou algum tipo de elemento químico.

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Não aconteceu qualquer ataque, porém agentes dispersaram um grupo de pessoas após o término do protesto. Oito manifestantes foram detidos e 11, incluindo dois policiais, ficaram feridos nos enfrentamentos.

Especializado em química orgânica, Pérez Bautista, trabalha como bolsista no prestigioso Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), um órgão estatal. O mexicano escreveu vários comentários no jornal digital "La Voz Libre" insultando homossexuais e proclamando "sua luta matar qualquer aberração anti-humana durante suas manifestações contra a Igreja Católica". Além disso, garantia dispor de materiais químicos para fazer coquetéis molotov para jogar sobre os manifestantes e pedia ajuda a internautas para executar o plano. A polícia conseguiu rastrear o estudante a partir da internet.

O advogado do jovem, Antonio Ortiz, disse que a polícia não encontrou elementos químicos nem gás no domicílio e definiu os comentários de Pérez Bautista como uma "piada de mau gosto". "Não deixava de ser tudo fantasia e mera ilusão", garantiu o advogado.

O juiz escreveu em seu ofício que investigará se os fatos ocorridos podem ser enquadrados no delito de ameaça violenta.

As informações são da Associated Press.

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