Depois de dez meses de trabalho, pesquisadores dizem ter encontrado os restos mortais do escritor espanhol Miguel de Cervantes (1547-1616) e os de sua esposa, Catalina de Salazar, na cripta do Convento das Trinitárias Descalças, em Madri. Em entrevista ontem, os peritos disseram, no entanto, ser impossível definir quais são os restos do autor de “Dom Quixote”, pois outras 15 pessoas foram sepultadas no local. Segundo o legista Francisco Etxebarria, os restos mortais estão “muito fragmentados”.
Há outro empecilho: o escritor não teve filhos e a única parente sepultada em um lugar conhecido é sua irmã, cujos restos estão em um ossário comum, o que dificulta a realização de um teste de DNA.
Os 17 corpos foram enterrados entre 1612 e 1630, segundo a antropóloga Almudena García Cid. Ainda não foi decidido o que será feito com os restos mortais.
O achado coincide com a comemoração dos 400 anos da publicação da segunda parte de “Dom Quixote”, que precede a celebração, em 2016, do quarto centenário da morte do mais famoso escritor espanhol.