O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, negou neste domingo (8) qualquer tipo de negociação entre o governo de seu país e o regime de Nicolás Maduro para a concessão de asilo político ao líder opositor da Venezuela, Edmundo González Urrutia, que embarcou rumo ao país europeu neste sábado (7).
A declaração veio momentos após o procurador-geral da Venezuela, o chavista Tarek William Saab, afirmar que os dois países haviam acordado um "salvo-conduto" para permitir a saída de González, que estava abrigado na embaixada espanhola em Caracas.
Albares, em entrevista à televisão estatal da Espanha, garantiu que a solicitação de asilo foi um pedido pessoal de González e que não houve interferência política entre os governos.
"Não houve nenhum tipo de negociação política entre o governo da Espanha e o da Venezuela. O asilo político foi uma solicitação pessoal de Edmundo González", afirmou o chanceler. Ele também rejeitou qualquer envolvimento do ex-presidente espanhol José Luis Rodríguez Zapatero nas tratativas, desmentindo rumores sobre uma possível mediação.
A posição do governo espanhol em relação à crise venezuelana permanece a mesma, segundo Albares, que reafirmou o compromisso de seu país com os “direitos políticos dos venezuelanos”. No entanto, o chanceler evitou fazer comentários mais incisivos sobre a situação política na Venezuela, alegando que "não quer fazer gestos que não ajudem a respeitar a vontade democrática dos venezuelanos". Ele também lembrou que o governo espanhol havia solicitado acesso às atas de votação das eleições, mas não obteve resposta satisfatória das autoridades venezuelanas.
Ainda neste domingo, Saab afirmou durante uma entrevista coletiva que o regime de Maduro e a Espanha haviam negociado o “salvo-conduto” a González. Saab disse que Maduro “respeitou o direito de asilo previsto na Constituição venezuelana” e que a saída de González do país foi acordada de forma legal.
"Os governos da Espanha e da Venezuela acordaram a concessão de salvo-conduto ao cidadão Edmundo González Urrutia para que ele abandonasse o território nacional e se submetesse ao asilo concedido pela Espanha", declarou Saab.
Na Venezuela, González é alvo de uma ordem de prisão que foi emitida pela Justiça venezuelana a pedido da Procuradoria-Geral, ambos órgãos controlados pelo chavismo, sob a acusação de divulgar as atas de votação que confirmam sua vitória nas eleições, em contraste com o resultado oficial fraudado que declarou Nicolás Maduro como vencedor.
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