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O governo da Espanha rejeitou uma declaração de cessar-fogo permanente do grupo separatista basco ETA na segunda-feira, dizendo que a iniciativa era insuficiente para iniciar as conversações a fim de acabar com décadas de violência.

O ETA, que matou mais de 850 pessoas ao longo de 50 anos de luta por um Estado independente no norte da Espanha e no sudoeste da França, está enfraquecido por prisões e pelo apoio crescente dos bascos a métodos mais pacíficos.

O grupo anunciou há três meses a paralisação dos ataques armados, e tornou a decisão permanente na segunda-feira. O ETA tem sido pressionado pelo seu braço político, o Batasuna, que quer se tornar um partido legítimo para concorrer nas eleições locais.

"O ETA decidiu declarar cessar-fogo permanente e geral que poderá ser verificado pela comunidade internacional", disse o grupo em um comunicado escrito em inglês no endereço eletrônico www.gara.net, site do jornal regional basco Gara.

"Esse é o firme compromisso do ETA em direção a um processo para alcançar uma resolução duradoura e em direção ao fim do confronto armado", acrescentou o comunicado.

O ETA já quebrou outras declarações de cessar-fogo no passado. O caso mais recente aconteceu em 2006, quando a trégua foi encerrada por um ataque a bomba mortal no aeroporto de Madri.

No comunicado de segunda-feira, o grupo não especificou o mecanismo de verificação internacional nem disse se havia decidido entregar suas armas e explosivos.

O vice-primeiro-ministro Alfredo Perez Rubalcaba disse que a declaração não ia longe o suficiente e exigiu que o ETA renunciasse à violência de forma permanente e colocasse um fim definitivo e irreversível a suas atividades.

"O governo tem rejeitado reiteradamente a verificação internacional. Num país sob o Estado de direito, as forças de segurança do Estado é que verificam (o cessar-fogo)", afirmou Rubalcaba num breve comunicado a jornalistas.

As declarações de cessar-fogo do passado foram consideradas por analistas como tentativas do ETA de se reorganizar com a intenção de lançar novos ataques.

Os analistas mostram-se céticos com relação ao comunicado, no qual o ETA disse que ainda busca a autodeterminação da região basca.

"Não podemos estar satisfeitos com esse tipo de comunicado, que não significa que o ETA esteja debandando nem mostrando a intenção de acabar", disse Rogelio Alonso, professor de ciência política na Universidade Rei Juan Carlos 1o, à rádio estatal.

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