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Diplomacia

Espanha retira embaixadora de Buenos Aires em meio à crise com Milei

Diplomacia da Espanha e Argentina entraram em crise após fala de Milei sobre mulher do presidente Sánchez (Foto: EFE/EPA/CRISTOBAL HERRERA-ULASHKEVICH)

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O ministro das Relações Exteriores espanhol, José Manuel Albares, anunciou nesta terça-feira (21) que a Espanha decidiu retirar sua embaixadora em Buenos Aires, María Jesús Alonso Jiménez , após a crise diplomática com o presidente da Argentina, Javier Milei.

Em entrevista coletiva no Conselho de Ministros da Espanha, Albares disse que, como a situação não mudou, sem nenhum pedido de desculpas de Milei após seus comentários contra o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, e a esposa do governante, Begoña Gómez, a Argentina "continuará sem um embaixador".

"Para aqueles que querem entender, a colaboração é sempre mais poderosa do que o confronto", disse o ministro das Relações Exteriores, que enfatizou que "as instituições espanholas não fazem política, muito menos política externa, por meio de tweets, nem participam de nenhum show".

A crise começou no domingo (19), ocasião na qual Milei criticou o socialismo, durante um evento organizado pelo partido de direita Vox, descrevendo-o como “maldito e cancerígeno”. Além disso, ele chamou o presidente espanhol, o socialista Pedro Sánchez, de "canalha", sem citá-lo diretamente, e descreveu sua esposa, Begoña Gómez, como "corrupta".

Milei chama de "absurda" reação do governo espanhol

Em sua primeira reação à retirada da embaixadora espanhola, reproduzida pelo canal de televisão argentino LN+, Milei descreveu a medida do país europeu como "absurda".

A primeira resposta do governo espanhol veio naquele mesmo dia, quando convocou sua embaixadora em Buenos Aires, María Jesús Alonso Jiménez, para consultas.

Albares, perguntado nesta terça-feira se o governo fornecerá a mesma assistência oferecida no último fim de semana a Milei em sua próxima viagem a Madri em 21 de junho para receber um prêmio, o chefe da diplomacia espanhola disse que o tipo de visita será analisado em detalhes.

"Estamos diante de um caso que não é apenas único para este governo, mas também na história das relações internacionais e diplomáticas", disse o chanceler sobre a situação que surgiu após as palavras do presidente argentino e sua recusa em retificá-las.

"Não há precedentes para um chefe de Estado vir à capital de outro país para insultar suas instituições" e "interferir flagrantemente em assuntos internos", declarou Albares.

As ideias são discutíveis, mas as instituições, os governos e os países não são, acrescentou o ministro, que lembrou que Milei também não solicitou uma reunião com nenhuma instituição espanhola, apesar de ser sua primeira visita à Espanha, como é de praxe, especialmente com os líderes ibero-americanos.

Quanto às medidas adotadas pelo governo, Albares lembrou que foram três ao longo desses três dias de crise diplomática: a convocação da embaixadora em Buenos Aires para consultas, a convocação do embaixador argentino em Madri e, agora, a retirada permanente do representante espanhol no país sul-americano.

De agora em diante, a embaixada estará sob o comando do encarregado de negócios.

Depois de enfatizar que a Espanha não tem "nenhum desejo ou interesse" em qualquer escalada com a Argentina, Albares disse que o governo não provocou essa situação, mas que é sua obrigação defender a "dignidade e a soberania das instituições espanholas, especialmente quando a agressão vem da capital da Espanha".

Em uma entrevista ao canal Todo Noticias (TN), Milei disse nesta terça que não vai se desculpar "sob nenhuma circunstância" porque foi ele quem foi atacado.

Ainda, Milei recomendou que o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, "busque um advogado para sua esposa", em declarações dadas ao canal argentino La Nación+. (Com Agência EFE)

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