Nova York - Uma multidão de familiares e amigos daqueles que morreram em 11 de setembro de 2001 acompanhou ontem a cerimônia de cinco horas de duração que pagou tributo às vidas perdidas para o terrorismo. A manhã nublada de domingo marcou os dez anos dos atentados e a inauguração do memorial às vítimas.
O presidente Barack Obama, o ex-presidente George W. Bush e os prefeitos e governadores de Nova York hoje e à época dos atentados deixaram os discursos de lado e assumiram o púlpito dentro do terreno de obras do World Trade Center (WTC) para ler textos escolhidos para a data.
Obama leu o Salmo 46, da Bíblia, que começa dizendo "Deus é nosso refúgio e fortaleza", enquanto Bush escolheu uma carta de Abraham Lincoln a uma mãe que havia perdido seus cinco filhos na Guerra Civil.
O Memorial apresentado ontem dois espelhos de água que ocupam os lugares exatos onde ficavam as Torres Gêmeas, ladeados por painéis de bronze com os nomes dos mortos no 11 de Setembro é a primeira obra a ser concluída dentro do novo WTC.
O complexo terá também um museu e mais três edifícios além do prédio principal, antes chamado de Torre da Liberdade e rebatizado com o número Um, assim como os outros serão chamados de Dois, Três e Quatro.
Ao longo da cerimônia, foram feitas seis pausas, marcando os eventos-chave da fatídica terça-feira de 2001. O primeiro minuto de silêncio ocorreu às 8h46, hora em que o voo 11 da American Airlines se espatifou contra a Torre Norte. O último, às 10h28, lembrou a queda do mesmo prédio a Torre Sul foi atingida depois, mas desmoronou antes.
A cerimônia exigiu muito das pessoas que estavam presentes, tanto física a maioria teve de ficar em pé a maior parte do tempo quanto emocionalmente. Parentes daqueles que morreram aceitaram subir ao palco para ler os nomes das vítimas e todos os 2.983 foram lembrados.
Durante a leitura, muitos se emocionaram, tentando controlar a voz embargada. Uma vez dentro do Memorial, as reações eram diversas e, diante dos nomes inscritos no painel de bronze, havia quem tirasse fotos, quem colocasse flores ou desabasse sobre o metal sem conseguir segurar as lágrimas.