O Vaticano estima que 2 bilhões de pessoas, entre elas internautas espalhados por todo o mundo, acompanhem as canonizações dos papas João Paulo II e João XXIII amanhã. Em uma das últimas entrevistas coletivas antes da cerimônia, o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, confirmou a participação de 24 chefes de estado e de delegações oficiais de outros 93 países. Entre o clero, cerca de 150 cardeais e mil bispos irão concelebrar com o papa Francisco.
De acordo com o porta-voz, ainda não está confirmada a presença de Bento XVI, apesar do anúncio feito há dois dias pelo presidente da Obra Romana de Peregrinação, Liberio Andreatta, confirmando a presença do papa emérito. A expectativa é grande porque seria a primeira vez que dois papas vivos estariam em um evento para santificar dois outros papas.
"Bento XVI foi convidado e está sendo esperado. Mas temos de respeitar a sua liberdade e idade. Ficaremos contentes se ele vier; se não, não temos o direito de nos sentir decepcionados, porque não foi feita nenhuma promessa", disse Lombardi.
Telões
As principais ruas e praças de Roma amanheceram ontem com telões, cordões de isolamento e operários trabalhando nos últimos detalhes. Muitas pessoas que vivem na cidade, como a médica brasileira Luciana Pricoli, já programaram assistir à canonização a distância. "Prefiro acompanhar pelo telão com calma e aproveitar melhor do que estar apertada nas proximidades do Vaticano", revela.
A estação Termini, de trens e metrô, e o aeroporto de Fiumicino receberam um grande afluxo de pessoas ontem, mas a maior parte dos devotos deve chegar hoje entre eles, vários grupos de Curitiba. Um forte esquema de segurança e de atendimento aos turistas da prefeitura começou a funcionar na quinta e durará até segunda-feira.
Turismo
Para muitos devotos que chegaram a Roma com antecedência, ontem foi o dia de percorrer os pontos turísticos, como o Coliseu e os Foros Imperiais. Alguns deles chamavam a atenção, cantando músicas típicas de seus países.
Poloneses
Os peregrinos que mais se destacam nas ruas de Roma são os conterrâneos de João Paulo II, os poloneses, que preferem chamar o novo santo pelo nome de batismo, Karol Wojtyla. A grande multidão prevista para a cerimônia, no entanto, fez com que muitos deles preferissem permanecer na Polônia. O casal de descendentes de poloneses de Curitiba Ricardo e Noemia Drozdz, por exemplo, que vieram visitar parentes na Europa, farão o mesmo. "Roma estará impossível, será bem mais tranquilo ver a cerimônia da Polônia", afirma Ricardo.
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