Fatalidade
Jovem italiano morre após queda de cruz dedicada a João Paulo II
Efe
Um jovem de 21 anos morreu na última quinta-feira na cidade italiana de Cevo, na província de Brescia (norte da Itália), após a queda de uma enorme cruz erguida em 1998 em homenagem ao papa João Paulo II, que será canonizado amanhã.
Segundo as informações divulgadas pela imprensa local, a cruz pode ter caído por conta dos fortes ventos que nas últimas horas castigaram a região montanhosa, próxima aos Alpes.
Os mesmos meios de comunicação recolheram as declarações do prefeito de Cevo, Silvio Citroni, que explicou que o jovem, identificado como Marco Gusmini, de 21 anos, estava comendo com seus amigos quando foram ouvidos barulhos procedentes da estrutura, que pouco tempo depois veio abaixo.
Embora os jovens tenham conseguido se salvar ao sair correndo em todas as direções, Gusmini, "infelizmente, correu na direção errada", lamentou o prefeito. A estrutura que desabou consiste em uma grande cruz de 30 metros de altura, na qual aparece crucificado um Cristo de seis metros e 300 quilos.
Construção
A cruz foi construída pelo artista Enrico Job e foi colocada no local em 1998 por conta da visita de João Paulo II a Brescia durante as celebrações pelo centenário do nascimento do papa Paulo VI. Desde sua construção, o monumento se transformou em um habitual destino para os peregrinos que viajam para a Itália. Por conta do acidente, o prefeito anunciou o cancelamento de todos os eventos previstos na cidade para celebrar a canonização de João Paulo II, junto com o também papa João XXIII. Até ontem, essa havia sido a única ocorrência negativa relacionada à canonização dos papas.
O Vaticano estima que 2 bilhões de pessoas, entre elas internautas espalhados por todo o mundo, acompanhem as canonizações dos papas João Paulo II e João XXIII amanhã. Em uma das últimas entrevistas coletivas antes da cerimônia, o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, confirmou a participação de 24 chefes de estado e de delegações oficiais de outros 93 países. Entre o clero, cerca de 150 cardeais e mil bispos irão concelebrar com o papa Francisco.
De acordo com o porta-voz, ainda não está confirmada a presença de Bento XVI, apesar do anúncio feito há dois dias pelo presidente da Obra Romana de Peregrinação, Liberio Andreatta, confirmando a presença do papa emérito. A expectativa é grande porque seria a primeira vez que dois papas vivos estariam em um evento para santificar dois outros papas.
"Bento XVI foi convidado e está sendo esperado. Mas temos de respeitar a sua liberdade e idade. Ficaremos contentes se ele vier; se não, não temos o direito de nos sentir decepcionados, porque não foi feita nenhuma promessa", disse Lombardi.
Telões
As principais ruas e praças de Roma amanheceram ontem com telões, cordões de isolamento e operários trabalhando nos últimos detalhes. Muitas pessoas que vivem na cidade, como a médica brasileira Luciana Pricoli, já programaram assistir à canonização a distância. "Prefiro acompanhar pelo telão com calma e aproveitar melhor do que estar apertada nas proximidades do Vaticano", revela.
A estação Termini, de trens e metrô, e o aeroporto de Fiumicino receberam um grande afluxo de pessoas ontem, mas a maior parte dos devotos deve chegar hoje entre eles, vários grupos de Curitiba. Um forte esquema de segurança e de atendimento aos turistas da prefeitura começou a funcionar na quinta e durará até segunda-feira.
Turismo
Para muitos devotos que chegaram a Roma com antecedência, ontem foi o dia de percorrer os pontos turísticos, como o Coliseu e os Foros Imperiais. Alguns deles chamavam a atenção, cantando músicas típicas de seus países.
Poloneses
Os peregrinos que mais se destacam nas ruas de Roma são os conterrâneos de João Paulo II, os poloneses, que preferem chamar o novo santo pelo nome de batismo, Karol Wojtyla. A grande multidão prevista para a cerimônia, no entanto, fez com que muitos deles preferissem permanecer na Polônia. O casal de descendentes de poloneses de Curitiba Ricardo e Noemia Drozdz, por exemplo, que vieram visitar parentes na Europa, farão o mesmo. "Roma estará impossível, será bem mais tranquilo ver a cerimônia da Polônia", afirma Ricardo.
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