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Os homens

Francisco canoniza os dois Joões que “venceram as tragédias do século 20”

Acima e no rodapé desta página: multidão diante da Basílica de São Pedro, no Vaticano, durante a cerimônia que fez santos os papas João Paulo II e João XXIII | Stefano Rellandini/Reuters
Acima e no rodapé desta página: multidão diante da Basílica de São Pedro, no Vaticano, durante a cerimônia que fez santos os papas João Paulo II e João XXIII (Foto: Stefano Rellandini/Reuters)
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O papa Francisco canonizou ontem, em cerimônia solene na Praça de São Pedro, dois de seus predecessores eleitos no século 20, João XXIII e João Paulo II. Em homilia curta e sem improvisações, o papa aproveitou para dar um recado a todos os cristãos: é preciso coragem para enfrentar os desafios do mundo de hoje.

"João XXIII e João Paulo II conheceram as tragédias do século 20, mas não foram vencidos por elas", disse ao público de cerca de 800 mil pessoas. "Foram corajosos." Para o papa, os dois colaboraram para restaurar a "fisionomia original" da Igreja. No caso de João XXIII, principalmente pelo fato de ter sido fiel a uma inspiração divina e convocado o Concílio Vaticano II; "gosto de pensar nele como o papa da docilidade ao Espírito Santo".

Já, para João Paulo II, a alcunha sugerida por Fran­­cisco foi a de ser "o papa da família", pela defesa em vida a essa primeira célula da sociedade. "Ele mesmo me disse que queria ser lembrado como o papa da família e eu gosto de sublinhar isso", afirmou Francisco.

As menções ao Concílio Vaticano II e à família não são por acaso. "É o papa unindo de novo os extremos mostrando que os avanços esperados pelo Concílio não mudam a doutrina de sempre da Igreja em questões fundamentais, como a moral familiar, e é preciso ter coragem para unir pontos aparentemente contraditórios", considerou o vaticanista John Allen.

Inédito

Com a presença do papa emérito Bento XVI, as canonizações de ontem representaram um conjunto de circunstâncias jamais visto na história da Igreja Católica: dois papas celebrando a canonização de dois outros papas. Por isso, o evento ficou conhecido na imprensa italiana como "o dia dos quatro papas". Tal união particular de "papas" dificilmente será repetida.

A aparição de Bento XVI também era esperada e causou emoção entre alguns cardeais e bispos que beijaram suas mãos ao encontrá-lo. Desde a renúncia, em 28 de fevereiro de 2013, o papa emérito vive recluso na residência Mater Ecclesiae, um mosteiro dentro do Vaticano. Ao chegar, o papa Francisco fez questão de abraçá-lo antes e depois da missa.

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