Segurança
Venezuelanos confiam no sistema eleitoral
Apesar de todas as dúvidas levantadas durante a campanha eleitoral sobre a independência do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), pesquisas mostram que a maioria dos venezuelanos confia no sistema eleitoral do país. A confiabilidade no esquema de votação e apuração também foi respaldada por uma série de auditorias, que tiveram a participação de representantes de todos os partidos e observadores internacionais.
Uma das últimas pesquisas sobre o tema, realizada em setembro pelo ICS, uma consultoria internacional, mostrou que 68,3% da população da Venezuela diz acreditar na segurança do sistema eleitoral.
Durante o período de disputa foram realizadas 13 auditorias e todas relataram não ter detectado possibilidade de fraude. Os representantes dos candidatos auditaram o sorteio dos membros das mesas de votação, o registro eleitoral, os registros de votação, o software das urnas eletrônicas, a tinta utilizada para identificar quem já votou, o sistema de transmissão de dados e outros detalhes. Também foram inspecionadas a produção e instalação das urnas eletrônicas, com uma mostra de 0,3% dos equipamentos de cada estado.
Segundo os técnicos, "o sistema garante o sigilo do voto", uma das dúvidas levantadas durante a campanha, com a oposição e analistas questionando se estaria garantido que o direito de sigilo do voto não seria quebrado.
"Quem quer conhecer a verdadeira democracia, sólida, madura e pujante, que venha à Venezuela."
Hugo Chávez, presidente reeleito por mais seis anos.
O presidente Hugo Chávez, há 14 anos no poder da Venezuela, conquistou ontem o direito de governar o país por mais seis anos. O primeiro boletim oficial do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), divulgado às 22h08 de ontem (23h38 no Brasil), deu vitória ao socialista por 9,45 pontos porcentuais de vantagem contra o líder da oposição. Chávez obteve 54,42% dos votos e Capriles, 44,97%, apurados 90% dos votos.
O comparecimento às urnas foi recorde, com votos de 80,94% dos eleitores venezuelanos. No país o voto não é obrigatório. Assim que o resultado foi anunciado, houve uma explosão de fogos de artifício em Caracas. As ruas ficaram lotadas de chavistas e houve um buzinaço ensurdecedor.
Com a vitória, o presidente conquistou o direito de governar a Venezuela até 2019, quando completará 20 anos no poder. Chávez deve aprofundar o que o governo chama de Socialismo do Século 21, com crescente transferência dos recursos vindos do petróleo para as classes mais pobres. Seu desafio será reduzir a violência, um dos principais problemas do país, e buscar a conciliação, numa sociedade que se encontra dividida.
A eleição foi a mais importante da carreira de Chávez, que se elegeu pela primeira vez em 1998. Tenente-coronel reformado, tentou um golpe contra o governo em 1992. Em 2002, já presidente, sofreu uma tentativa de golpe, mas voltou à Presidência; reeleito em 2006, aprovou em 2009, em referendo, a reeleição indefinida.
Chávez lidera o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), que surgiu a partir da fusão de uma série de partidos de esquerda.
O presidente veio de uma família de professores do estado Barinas, no oeste da Venezuela, onde seu irmão mais velho, Adan Chávez, é governador.
Votação
Com exceção de pequenos incidentes, a votação em todo o país transcorreu tranquilamente. Desde as 6 horas da manhã as urnas estavam abertas para receber os eleitores. Muitos venezuelanos foram de madrugada para os locais de votação.
A ansiedade cresceu após as 18 horas, horário previsto para o fim da votação, mas em várias urnas ainda havia eleitores nas filas. Falhas em urnas eletrônicas de algumas cidades forçaram a prorrogação, já que a legislação prevê que o processo de votação não pode ser terminado até que haja eleitores na fila.
Pronunciamento
Até o fechamento desta edição, Chávez e o candidato derrotado, Capriles, não haviam feito pronunciamento à nação. Mais cedo, no período da tarde, Chávez e Capriles haviam prometido reconhecer o resultado das urnas.
"Somos sérios, responsáveis. Impulsionaremos e apoiaremos os resultados, a voz da nação", disse Chávez, ao acrescentar que ligaria para Capriles.
"Aqui haverá um ganhador, e não um povo derrotado. Vamos reconhecer a vontade do povo, que é quem decide o futuro da nação", disse Capriles.
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