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Ataque

Chávez está "doente de poder", diz candidato da oposição venezuelana

Capriles é o rival de Chávez nas eleições presidenciais deste ano na Venezuela | AFP Photo/Leo Ramirez
Capriles é o rival de Chávez nas eleições presidenciais deste ano na Venezuela (Foto: AFP Photo/Leo Ramirez)

A seis dias das eleições presidenciais na Venezuela, o candidato da oposição, Henrique Capriles Radonski, afirmou nesta segunda-feira (1º) que o presidente Hugo Chávez está "doente de poder" após quase 14 anos no governo.

"Nosso povo tem esperança na mudança. O candidato do governo é um líder messiânico, egoísta, doente de poder", disse Capriles em entrevista. "Todos os líderes do mundo que têm febre de poder terminam mal".

Segundo o ex-governador do estado de Miranda, no norte do país, "hoje em dia se você não coloca um lenço vermelho (a cor do Partido Socialista Unido da Venezuela) está fora" dos programas sociais, um dos pilares do governo para garantir apoio entre as classes populares. "Para mim, isto é fascismo, a mesma prática fascistas de quem diz que não apoiar o governo e crime".

"Jamais os que não apoiam este projeto (governista) tinham chegado a um processo de integração para ter a unidade perfeita do ponto de vista eleitoral", destacou Capriles, recordando que na votação presidencial de 2006 o opositor Manuel Rosales obteve apenas 37%, contra 62% para Chávez.

Capriles, candidato da Mesa da Unidade Democrática (MUD), uma coalizão de partidos, ameaça a permanência de Chávez no poder com uma campanha que tem reunido milhares de pessoas nas ruas para ouvir uma mensagem simples e concreta: acabar com os problemas cotidianos, como falta de trabalho, luz e água; e combater à violência em um país onde a taxa de homicídios foi de 50 por cada 100 mil habitantes em 2011, a mais alta da América do Sul.

O candidado garante que conservará os programas sociais de Chávez chamados de "missões" para melhorá-los: "o governo quer colocar o debate social em primeiro lugar, o problema é que não basta debater".

Na sexta-feira passada, Chávez assumiu os erros de sua administração e prometeu "maior eficiência" no próximo mandato, após vencer as eleições: "pode haver gente nossa chateada com falhas do governo (...), isto pode ser certo e assumo a autocrítica do governo revolucionário com o compromisso de maior eficiência na gestão" no próximo mandato.

"O que está em jogo não é se faltou luz ou se tem água, se você ainda tem emprego, o que estamos disputando é a vida da pátria, o futuro da juventude, das crianças", disse Chávez ao defender suas "missões".

A campanha promete esquentar nestes últimos dias e nesta segunda-feira Chávez acusou Capriles de ser financiado pelo "narcotráfico" e por banqueiros foragidos.

"Esses grandes empresários que estão concedendo muito dinheiro para sua campanha, e do exterior também, banqueiros foragidos, alguns mafiosos, lavagem de dinheiro, narcotráfico", disse Chávez a jornalistas durante visita a sua cidade natal de Sabaneta, no estado de Barinas.

Hugo Chávez, de 58 anos e desde 1999 no poder, chega como favorito às eleições de domingo, mas Henrique Capriles Radonski, de 40 anos, realiza uma campanha ativa e tem reduzido sua desvantagem nas pesquisas de intenção de voto.

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